Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Poder

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Mensalão - as penas

Juiz suspende trabalho de Delúbio na CUT

Após denúncias sobre regalias, ex-tesoureiro do PT terá de voltar temporariamente para penitenciária da Papuda

Promotoria acusa secretário do sistema penitenciário do DF de ingerência para beneficiar Dirceu

DE BRASÍLIA

A Justiça do Distrito Federal suspendeu ontem temporariamente o trabalho externo do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares na CUT (Central Única dos Trabalhadores).

O juiz Bruno Ribeiro determinou que sejam investigadas as supostas regalias que Delúbio estaria tendo na prisão, como alimentação diferenciada e recebimento de visitas em horário impróprio.

O juiz da VEP (Vara de Execuções Penais) pede ainda um relatório de entrada e saída dele na cadeia, com os respectivos horários.

O benefício de trabalhar fora foi revogado ao menos até o dia 18, quando Delúbio será ouvido em audiência. A decisão também determina que o petista volte para a Penitenciária da Papuda.

O ex-tesoureiro havia sido transferido para o Centro de Progressão Penitenciária (CPP), presídio destinado a apenados que trabalham fora. Dois diretores do CPP deixaram os cargos nos últimos dias após surgirem notícias de supostas regalias.

Pela decisão, Delúbio também não poderá passar o Carnaval com a família.

A Folha não conseguiu localizar o advogado do petista ontem à noite para comentar a decisão da Justiça.

A VEP ainda mandou o governo do Distrito Federal, do petista Agnelo Queiroz, informar, em até 48 horas, se já foi iniciada investigação interna para apurar o responsável pelos supostos privilégios.

A decisão é uma resposta ao Ministério Público do DF que pediu nesta semana medidas para acabar com supostas regalias a presos do mensalão divulgadas na mídia.

DIRCEU

O Ministério Público também enviou à Justiça nesta semana manifestação complementar em que acusa o secretário substituto da Subsecretaria do Sistema Penitenciário do DF, João Feitosa, de ingerência para beneficiar o ex-ministro José Dirceu na investigação sobre o uso de celular dentro da prisão.

Segundo a Promotoria, a investigação sobre o uso do celular recebeu "tratamento absolutamente atípico" porque foi concluída em apenas cinco dias e assinada pelo próprio Feitosa, "situação inédita na rotina carcerária".

Ainda segundo a Promotoria, Feitosa editou circular, endereçada a todos os diretores das prisões do DF, determinando que todas as requisições judiciais ou da Promotoria fossem enviadas a ele, "enfraquecendo a autonomia das unidades prisionais".

Segundo a assessoria de imprensa da Sesipe, Feitosa não irá se pronunciar até ter acesso à decisão da VEP. Procurada à noite, a assessoria de comunicação do governo do DF não foi encontrada.

O sistema prisional do DF tem nove condenados do mensalão. Alem de Delúbio e Dirceu,estão em Brasília o ex-tesoureiro do PL (hoje PR) Jacinto Lamas e os ex-deputados Valdemar Costa Neto (PR-SP), João Paulo Cunha e Carlos Rodrigues (PR-RJ).

Também em Brasília, em regime fechado, estão Marcos Valério e seus ex-sócios Cristiano Paz e Ramon Hollerbach.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página