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Dilma nomeará ministro sem aval do PMDB

Após encontro ontem com Temer, duas novas reuniões com representantes do PMDB foram marcadas para hoje

Presidente quer evitar convenção do PMDB que poderia reavaliar aliança com governo nas próximas eleições

DE BRASÍLIA

A presidente Dilma Rousseff informou ontem ao PMDB que pretende nomear ministros nos próximos dias mesmo sem o aval da legenda. O comunicado foi feito diretamente ao vice-presidente da República, Michel Temer, numa reunião no Palácio da Alvorada, no início da noite.

Dilma também fragilizou o PMDB ao ter, na prática, desconvidado os caciques do partido para a reunião de ontem.

Desde sexta-feira, o governo havia deixado veicular a informação de que a petista receberia, além de Temer, o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o presidente da Câmara, Henrique Alves (RN), e o presidente nacional da legenda, Valdir Raupp.

Ontem, durante o dia, o chefe de gabinete da Presidência, Giles Azevedo, comunicou ao PMDB que apenas Temer deveria ir ao Alvorada.

Ou seja, um funcionário de segundo escalão comunicou o "desconvite" a dois chefes de Poderes ""Renan Calheiros e Henrique Alves.

Preteridos da reunião com Dilma, todos esperaram o resultado do encontro no Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-Presidência.

Por volta das 20h30, Michel Temer relatou aos colegas que a presidente havia mostrado novamente irritação com o líder do PMDB na Câmara, o deputado federal Eduardo Cunha (RJ).

A petista reclamou do teor das entrevistas de Cunha e disse não querer discutir com ele sobre quais ministérios caberão ao PMDB na reforma que está em curso.

A partir de agora, a presidente vai conversar com alguns grupos do PMDB de forma separada. Comunicará quem serão os nomes para os ministérios peemedebistas e espera que todos aceitem.

Dilma também determinou a Michel Temer que leve até ela hoje pela manhã, em grupos separados, alguns dos interlocutores com quem ainda mantém um certo diálogo.

Às 9h30, Dilma deve receber novamente Michel Temer, acompanhado de Renan Calheiros e do líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE).

Em seguida, a partir das 10h30, a presidente se deve se reunir com Henrique Alves e Valdir Raupp.

A ideia de Dilma é tentar esvaziar a reunião da bancada do PMDB da Câmara, prevista para amanhã, quando deve ser discutida a convocação de uma convenção extraordinária que pode, inclusive, analisar a aliança do partido com o governo petista.

O Planalto deseja isolar Eduardo Cunha. O peemedebista trocou farpas com o presidente do PT, Rui Falcão, e ameaçou romper a aliança com o governo para a eleição deste ano. Segundo a Folha apurou, Dilma disse que Cunha "esticou a corda" ao fazer críticas pelo Twitter.

DESÂNIMO

Ontem à noite, os peemedebistas se resignaram às ordens recebidas de Dilma por intermédio de Temer. O único que esboçou alguma reação foi Henrique Eduardo Alves, que é aliado político de Eduardo Cunha.

Alves chegou a pensar em boicotar a ida à reunião com Dilma hoje, mas também cedeu e deve comparecer.

Nas reuniões de hoje, o PMDB deve insistir num sexto ministério para o partido na busca de apaziguar os ânimos. A ideia é ter três ministros afinados com os senadores e outros três com deputados.

Na cota do Senado, além do ministro Edison Lobão (Minas e Energia) e Garibaldi Alves (Previdência), o PMDB quer nomear o senador Vital do Rêgo (PB) para a equipe de Dilma. A presidente chegou a oferecer o Ministério do Turismo, só que esta pasta, hoje, está na cota dos deputados peemedebistas.

Vital do Rêgo já avisou que só aceitará assumir um ministério caso os deputados sejam compensados com outra pasta. Hoje, os deputados do PMDB comandam, além do Turismo, o Ministério da Agricultura.

Na cota do vice, a Secretaria de Aviação Civil, chefiada por Moreira Franco, é classificada também como pasta sob esfera dos deputados peemedebistas.


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