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No Rio, presidente chora ao falar de exilados na ditadura
Dilma Rousseff lembrou que Galeão era porta de chegada de perseguidos no regime militar
A presidente Dilma Rousseff se emocionou ontem ao lembrar dos exilados políticos durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985) em solenidade no aeroporto internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio.
Dilma discursava na cerimônia de assinatura do contrato de concessão do aeroporto à iniciativa privada quando fez referência aos 50 anos do golpe, completados nesta semana.
A presidente lembrou que o aeroporto era porta de chegada dos exilados do regime militar e se emocionou a ponto de interromper brevemente seu discurso.
Dilma citou a música "Samba do Avião", de autoria de Tom Jobim, e disse que ela "descreve a chegada ao Brasil, em especial no Galeão, dos brasileiros que voltavam depois da anistia".
Ela, no entanto, se equivocou. A música, que descreve em tom contemplativo a chegada ao Rio pelo ar, foi composta em 1962 --antes, portanto, do golpe de 1964.
"[Esse evento] nessa semana é de fato uma homenagem aos exilados nesse aeroporto que tem o nome de um grande poeta que fez a música Samba do avião'", disse a presidente chorando.
"Desculpem a emoção, mas de fato eu tenho certeza que as almas cantaram [ao ver o Rio, na volta do exílio]", disse, referindo-se ao primeiro verso da música.