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Ilustrada - em cima da hora/Lollapalooza
Pista de Interlagos recebe 'procissão indie'
Público se deslocou em blocos pelos dois quilômetros que separam palcos; Muse reuniu 90 mil para encerrar 1º dia
Capital Cities e Cage the Elephant tocaram com empolgação ainda sob o sol; Julian Casablancas decepcionou, sem rumo
Durante uns dez minutos, por volta das 18h30, o autódromo de Interlagos viu ontem uma procissão de mais de 50 mil pessoas por mais de 2.000 metros. Era o público que deixava o palco Onix, no qual a banda americana Imagine Dragons encerrava seu show, e se encaminhava para outros palcos, para ver a neozelandesa Lorde ou os franceses do Phoenix.
Caminhar muito foi o tom do primeiro dos dois dias do Lollapalooza Brasil 2014, que termina hoje em São Paulo. A terceira edição do festival no país foi a primeira no autódromo, depois de anteriores realizadas no Jockey Club.
A mudança solucionou o problema de evitar que o som de um show vazasse para a plateia de outro, umas das reclamações no Jockey. Isso não aconteceu em Interlagos, e nem poderia: um palco é muito longe do outro.
O trajeto entre o Onix e o Interlagos, por exemplo, era feito em cerca de 25 minutos às 18h30 e em 45 minutos às 20h30, quando o autódromo já recebia as 90 mil pessoas que compraram todos os ingressos disponíveis.
Depois que Lorde e Phoenix terminaram seus shows, às 20h, a concentração de gente diante do palco Skol tornou a área intransitável. A massa ficou esperando o trio inglês Muse, principal atração do dia.
MAIS PESADO
Após dois dias de suspense, com a participação da banda ameaçada pela gripe do guitarrista e vocalista Matthew Bellamy, o Muse fez um show consagrador, mais pesado do que o mostrado no Rock in Rio do ano passado. Teve até cover de "Lithium", do Nirvana.
Durante a tarde, o público ainda reduzido se espalhou pelos três palcos maiores do Lolla de modo irregular, para conferir shows de bandas ainda emergentes, mas já capazes de empolgar.
Foi o caso das americanas Capital Cities, Cage the Elephant e Imagine Dragons, que tocaram ainda sob sol e cheias de animação. Matt Shultz, vocalista do Cage, "nadou" sobre o público, escalou cercas e torres de iluminação, numa performance alucinada. Para ficar na história do festival.
Era o tipo de atuação que muitos fãs do Strokes esperavam de Julian Casablancas. Ele apresentou no Lolla sua nova banda, Julian Casablancas & The Voidz. Na plateia, meninas choravam sem parar. Com um som pesado, mas frouxo, o cantor deixou a impressão de ser uma estrela apagada e sem rumo.
Quanto ao trânsito no acesso ao autódromo, ficou intenso no meio da tarde, mas não superior aos congestionamentos que a região apresenta nos dias úteis. Quem foi de metrô e trem chegou tranquilamente ao festival.
O Lollapalooza Brasil termina hoje, tendo como principal atração a banda canadense Arcade Fire.