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Cabral elevou gasto de propaganda em 145% no segundo mandato

Recorde de despesas foi em 2013, quando ele virou alvo de protestos no Rio e viu sua popularidade desabar

Peemedebista renunciou ao cargo semana passada em favor do vice Pezão, que será candidato

BERNARDO MELLO FRANCO DO RIO

No horário nobre da TV, um ator conhecido apresenta obras e exalta realizações do governo do Rio. A cena se tornou comum no segundo mandato de Sérgio Cabral (PMDB), que renunciou na semana passada em favor do vice Luiz Fernando Pezão (PMDB).

O Estado elevou em 145% os gastos com propaganda no segundo mandato do ex-governador. O recorde de despesas foi em 2013, quando o ele virou alvo de protestos de rua e viu sua popularidade desabar nas pesquisas.

Apesar do gasto extra, Cabral deixou o cargo com a pior avaliação desde que tomou posse, em janeiro de 2007.

Nos primeiros três anos de sua gestão no Rio, o peemedebista aplicou R$ 340 milhões em "serviços de publicidade e divulgação", de acordo com o Siafem (Sistema Integrado de Administração Financeira para Estados e Municípios).

No mesmo período do segundo mandato (2011-13), o gasto com a mesma finalidade saltou para R$ 831,5 milhões, um aumento de 145%. Só no ano passado, a cifra chegou a R$ 310,9 milhões.

O cálculo não inclui 2010 para permitir a comparação entre períodos iguais.

Os números foram levantados a pedido da reportagem pelo gabinete do deputado estadual Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB). Depois foram corrigidos IPC-A, indicador que mede a inflação oficial.

COMERCIAIS NA TV

Nas últimas semanas de Cabral, o Estado voltou a promover uma ampla campanha de publicidade na TV.

Nos comerciais, o ator Diogo Vilela exalta vitrines da gestão do peemedebista, como as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), na área da segurança pública, e a construção de escolas e hospitais.

O ex-governador planeja disputar o Senado em outubro. Também tentará reeleger Pezão ao comando do Estado, usando como mote as realizações de seu governo.

Em nota, o núcleo de imprensa do governo do Rio afirma que "o orçamento da comunicação social acompanha a evolução do orçamento geral do Estado", que subiu de R$ 33,5 bilhões em 2007, primeiro ano da gestão Cabral, para R$ 71 bilhões, no ano passado.

Com base nesses valores, o percentual de gasto com publicidade e divulgação também subiu: de 0,35% para 0,44% do orçamento.

INTERESSE PÚBLICO

A nota acrescenta que as despesas incluem atividades de publicidade, eventos e assessoria de imprensa de todas as secretarias de Estado.

O deputado Luiz Paulo afirma que o aumento dos gastos oficiais com publicidade e divulgação não obedeceu ao interesse público.

"Não me lembro de ter visto o governo usar o investimento de publicidade para temas importantes, como a conscientização contra o uso de drogas, que teria efeito sobre a criminalidade. Mas a verba para autopromoção só aumentou nos últimos anos", criticou o tucano.

A Folha pediu informações sobre os gastos e o plano de mídia da nova campanha de propaganda na TV, mas o Estado não respondeu.


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