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Senado toma calote de R$ 700 mil em aluguéis

Autoridades de outros órgãos não pagam para ocupar apartamentos funcionais da Casa

GABRIELA GUERREIRO DE BRASÍLIA

O Senado não recebe há um ano o aluguel de apartamentos funcionais ocupados por 17 autoridades de outros Poderes, num "calote" que ultrapassaria R$ 700 mil.

Embora a Casa tenha fixado o valor de R$ 3,8 mil mensais para que juízes, ministros e desembargadores continuassem morando nos imóveis, não há registros de pagamento, segundo o Senado.

Há autoridades que ocupam os imóveis desde 2009, mas somente em abril de 2013 o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), instituiu a cobrança do aluguel.

Na época, Renan argumentou que a medida pretendia ressarcir despesas relativas à manutenção e conservação dos imóveis funcionais em meio à sua promessa de reduzir gastos da instituição.

De lá para cá, a Casa afirma que apenas o ocupante de um imóvel pagou aluguel, o ministro Walmir Oliveira da Costa, do TST (Tribunal Superior do Trabalho).

Os outros 16 apartamentos, localizados em bairro nobre de Brasília, têm entre seus moradores ministros do TCU (Tribunal de Contas da União), entre eles a ministra Ana Arraes, mãe do pré-candidato à Presidência Eduardo Campos (PSB).

Senadores licenciados, os ministros Marta Suplicy (Cultura) e Garibaldi Alves (Previdência Social) também permanecem em apartamentos funcionais. Mas o Senado não inclui os ministros na lista de "devedores" por considerar que eles têm direito de permanecer nos imóveis.

Os apartamentos foram cedidos pela instituição a outros Poderes pelo menos desde 2006. Renan chegou a fixar um prazo de um ano, que terminaria este mês, para que os não-senadores deixassem os imóveis. Mas recuou pouco depois, com o argumento de que o "aluguel" seria suficiente para manter as despesas --apesar de o valor ser inferior ao cobrado no mercado, entre R$ 5 mil e R$ 8 mil.

O TCU, que possui quatro ministros em apartamentos do Senado, diz que não efetuou pagamento porque a Casa Legislativa também não ressarciu o órgão por um apartamento do tribunal ocupado por um senador.

A Folha não conseguiu contato com o STJ e o TRF da 1ª Região, que entraram ontem no recesso de Páscoa.


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