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Contra as diretas

'Prevaleceu a tendência mais prudente'

DE SÃO PAULO

Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) foi um dos deputados do PDS que se ausentaram da votação da emenda Dante, em 1984. Foi a manobra que garantiu a derrota das diretas no plenário.

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Folha - Por que a emenda das diretas não passou?
Bonifácio - O planejamento dos militares era conseguir lenta e gradual democratização. A emenda de 1978 tirou dos presidentes os atos de exceção. Figueiredo governou sem essas prerrogativas ditatoriais. As diretas eram um apressamento da redemocratização. Prevaleceu a tendência de democratização dentro da programação que os militares estabeleceram. E que estava sendo seguida. Era mais prudente. Ninguém queria correr o risco de retroceder. O próprio Figueiredo era a favor das diretas.

A pressão do governo era mais forte que a do povo na rua?
O que era mais forte era o desejo de normalizar a vida do país. Mais forte do que forçar uma posição que pudesse representar algum desequilíbrio. Há, por outro lado, visões críticas. De que Tancredo preferia ser eleito pelo Colégio Eleitoral a disputar o voto popular.

Tancredo contra as diretas?
Claro. Era mais fácil. São boatos, boatos.

Por que o senhor se ausentou daquela votação?
Confesso o seguinte: eu era a favor das diretas. Mas meu partido estava em outra linha. Hoje eu concluo que era uma posição de prudência. Achavam melhor esperar mais um ou dois anos para não dar força para os militaristas, os que queriam revogar a abertura.

Seus eleitores não cobraram?
Na minha região, venho de quatro gerações [de políticos]. O povo me conhece muito bem. Não me cobram nada. Graças a Deus. Só os adversários me cobram.


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