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A favor das diretas

'Houve um ato de força das elites para impedir'

DE SÃO PAULO

O ex-deputado Domingos Leonelli (PSB-BA) exercia seu primeiro mandato pelo PMDB em 1984. Ele votou a favor da emenda Dante de Oliveira, com quem escreveu o livro "Diretas-Já: 15 meses que abalaram a ditadura" (2004).

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Folha - O que aquela votação representou?
Leonelli - O que vivenciei foi um movimento com características únicas, uma mobilização que nunca havia sido vista antes. Nem depois. O que surgisse ali nasceria com forte marca popular. Um parto histórico do povo. Teria um caráter fundador para o país.

Compare com os protestos de junho do ano passado
A campanha [de 1984] se espalhou por mais cidades. O volume de pessoas foi muito maior. E com objetivo político definido. E nenhuma vidraça quebrada. Não tinha caráter ingênuo. Era uma campanha para desmoralizar a ditadura.

E por que não passou?
Houve um ato de força das elites para impedir. Pouca gente se lembra: declararam estado de emergência, cercaram o Congresso militarmente. Um general [Newton Cruz] prendia e dava chicotada nos carros. A censura. Foram presos deputados um dia antes.

O PMDB cometeu algum erro?
Havia a possibilidade de se decretar uma greve geral. Recusamos. Seria o único antídoto para vencer o governo.

O deputado Andrada sugeriu que Tancredo preferia ser eleito no Colégio Eleitoral, onde a vitória era mais garantida.
É verdade. Ele era ambíguo. Mas fazia da ambiguidade uma prática política maior. Tinha um pé em cada canoa. Ninguém pode acusar Tancredo de não apoiar as diretas. Enquanto isso, ele transacionava com o regime. Depois usou o impulso das Diretas-Já para derrotar o dinheiro e a corrupção no Colégio Eleitoral. Um gênio.


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