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Polícia apreende papéis na casa de torturador no Rio

Documentos secretos da ditadura foram confiscados; ex-funcionários irão depor

BERNARDO MELLO FRANCO DIANA BRITO DO RIO

A Polícia Federal apreendeu ontem uma série de documentos na casa do coronel reformado Paulo Malhães, na zona rural de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

Malhães foi encontrado morto em seu quarto na última quinta-feira (24), após criminosos invadirem sua casa. Um mês antes, ele havia confessado à CNV (Comissão Nacional da Verdade) que torturou e matou presos políticos durante a ditadura militar.

Segundo o Ministério Público Federal, que solicitou as apreensões à Justiça, foram confiscados três computadores, agendas e documentos secretos da época do regime militar.

A comissão pediu ontem ao governo do Rio que aceite a ajuda da PF nas investigações e não descarte a possibilidade de Malhães ter sido vítima de queima de arquivo.

"Malhães fez o depoimento mais importante da comissão. Pedimos que não se descarte a hipótese de queima de arquivo, que é muito forte", disse Pedro Dallari, coordenador da CNV, ao secretário da Casa Civil do Rio, Leonardo Espíndola.

Até agora, a polícia não encontrou provas que confirmem essa hipótese.

"Ainda não vemos motivos que apontem para queima de arquivo", disse o chefe da Polícia Civil do Rio, Fernando Veloso.

Segundo o delegado Marcus Castro, que investiga o caso, ex-funcionários do coronel serão chamados para depor.

"Estamos chamando os familiares [do coronel] para saber quem foram os funcionários do oficial, o que eles fizeram, quanto tempo trabalharam com ele e se existiram desafetos", disse Castro.

Para a polícia, as duas hipóteses mais prováveis para o crime são vingança ou latrocínio (roubo seguido de morte).

Os investigadores ainda decidem se farão uma reconstituição do crime.

Apesar de o delegado ter dito que a região onde o coronel morava não é considerada de risco, a equipe da Folha recebeu vários avisos de moradores para ter cuidado em alguns pontos do entorno da casa do oficial, dominados pelo tráfico de drogas.

A CNV divulgará hoje relatório que responsabiliza oficiais do DOI-Codi do I Exército pelo atentado do Riocentro, em 1981. O documento se baseia em papéis apreendidos na casa do coronel Júlio Miguel Molinas Dias, ex-chefe do destacamento, assassinado em 2012.


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