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Sócio de laboratório investigado acusa ex-assessor de Padilha

Ferreira de Moura trabalhou com o então ministro da Saúde como promotor de eventos da pasta de maio a agosto de 2011

Sócio de laboratório controlado por doleiro negou que Labogen tenha sido favorecido pelo ministério

ANDRÉIA SADI DE BRASÍLIA

Em depoimento à Polícia Federal, o sócio de um laboratório investigado na Operação Lava Jato diz que Marcus Cezar Ferreira de Moura, ex-assessor do petista Alexandre Padilha, era quem fazia "contatos institucionais" da firma com o Ministério da Saúde.

A revelação na semana passada da ligação de Moura com o ex-ministro e candidato do PT ao governo de São Paulo fez Padilha ir a público negar que tenha indicado o ex-assessor para o laboratório investigado, a Labogen.

O sócio da empresa, Leonardo Meirelles, disse à Polícia Federal, em depoimento, que o funcionário "Marcus Moura era quem mantinha os contatos institucionais no Ministério da Saúde". Moura trabalhou com Padilha como promotor de eventos da pasta entre maio e agosto de 2011.

Em relatório divulgado na semana passada, a PF sugere que Moura foi indicado por Padilha, de quem foi assessor por três meses em 2011, para dirigir o laboratório.

O Labogen é controlado por Alberto Youssef, pivô da Operação Lava Jato e investigado sob suspeita de participar de esquema bilionário de lavagem de dinheiro. Padilha nega relação com a indicação.

Segundo a PF, a Labogen foi usada por Youssef para fazer remessas ilegais ou internalizar US$ 37 milhões (R$ 84 milhões) com a simulação de importações e exportações.

No depoimento à PF, em março, Meirelles disse que Youssef fazia "contatos políticos" para viabilizar reuniões entre representantes da Labogen e a pasta da Saúde. Meirelles disse que os contatos de Moura ocorriam "inclusive com Gadelha" --menção a Carlos Gadelha, secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos da pasta.

O secretário aparece em um diálogo captado pela PF entre Youssef e o deputado federal licenciado André Vargas (ex-PT-PR). Na conversa, o deputado diz que a conversa com o secretário "foi boa demais" e que "ele garantiu que vai nos ajudar". Vargas nega contato com Gadelha.

Meirelles, que foi preso na Lava Jato, mas já está solto, negou aos investigadores que o Labogen tenha tido qualquer favorecimento no ministério e afirmou que todos os contatos sempre foram "institucionais e técnicos".

OUTRO LADO

A reportagem não conseguiu localizar Marcus Moura ontem. O Ministério da Saúde disse que não firmou contrato com a Labogen, que a parceria está suspensa e que os documentos foram entregues à Justiça e à Polícia Federal. Disse que Gadelha "manteve apenas um encontro com o representante do Labogen, Marcus Moura, em 26 de fevereiro deste ano", a pedido do laboratório, cumprindo seu papel de "receber dirigentes de instituições".

Padilha disse ontem no programa "Roda Viva" que interpelou judicialmente André Vargas para que ele explique o uso de seu nome em conversas com Youssef. Padilha negou que tenha relações com o doleiro e afirma que pediu à PF a íntegra do relatório.


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