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Recuo na indústria vira arma de rivais para atacar Dilma

Peso do setor no PIB chega ao menor patamar desde 1947, aponta CNI; Aécio e Campos falam em desindustrialização

Procurado, governo não responde às críticas; ex-ministro afirma que comentários 'não têm relação com a realidade'

BERNARDO MELLO FRANCO DO RIO

O encolhimento da indústria brasileira virou arma comum nas campanhas de Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) contra a presidente Dilma Rousseff (PT).

Os dois pré-candidatos da oposição ao Planalto passaram a repetir, nas últimas semanas, que o país passa por um processo grave de desindustrialização e "voltou aos anos 50" no setor.

Eles dizem que o peso da indústria no PIB (Produto Interno Bruto) recuou ao menor patamar desde o salto iniciado em 1955, quando o presidente Juscelino Kubitschek tomou posse.

"O Brasil vive um processo grave de desindustrialização. Voltamos a ser aquilo que éramos na década de 1950", disse Aécio em visita à Firjan (federação das indústrias do Rio) no último dia 14.

No dia seguinte, e na mesma cidade, Campos bateu na mesma tecla em visita a uma universidade particular.

"A indústria brasileira de transformação chegou em 2013 ao mesmo patamar que ela tinha no PIB antes do governo JK, em 1955. Nós não podemos imaginar que o país pode se segurar só no setor primário ou no setor de serviços", afirmou.

Em palestras a empresários e estudantes, Campos tem exibido um gráfico com os números que mostram a curva da desindustrialização.

De acordo com a Confederação Nacional da Indústria, o peso do setor no PIB caiu para 24,9% no ano passado, o pior resultado desde o início da série histórica, em 1947.

A fatia da indústria de transformação também bateu recorde negativo de 13%, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

CONTESTAÇÃO

O Ministério do Desenvolvimento, responsável pela política industrial do governo, não quis comentar as críticas dos pré-candidatos.

O ex-ministro Fernando Pimentel (PT), que deixou o cargo para disputar o governo de Minas, disse não haver desindustrialização no país.

"Só posso atribuir as críticas à disputa eleitoral, já que elas não têm relação com a realidade", disse, em nota.

Representantes do setor produtivo pensam o contrário. A CNI se diz preocupada com a queda da participação da indústria na economia.

A entidade afirma que houve mudança no perfil da demanda, com o crescimento do setor de serviços, mas reclama de falta de eficiência e perda de competitividade.

"Vivemos num cenário hostil ao ambiente de negócios. O investimento em infraestrutura e logística cresce em ritmo muito inferior ao necessário", disse o diretor de políticas e estratégia da CNI, José Augusto Fernandes.

"O governo atual relutou muito em assumir a importância das concessões de rodovias, por exemplo. Queremos que os candidatos se comprometam com a reforma tributária e com uma agenda de competitividade", afirmou.

A queda da participação da indústria na economia já foi tema da eleição de 2010, quando José Serra (PSDB) acusava o governo Lula de fazer uma "política de desindustrialização". Ele foi derrotado por Dilma no 2º turno.


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