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Análise
Com pré-campanha em ebulição, manifestantes têm a atenção de políticos
EDUARDO SCOLESE COORDENADOR DA AGÊNCIA FOLHAMovimentos sociais, sindicatos, associações de moradores e outros diferentes tipos de manifestantes aproveitam um momento único de visibilidade no país.
As pré-campanhas eleitorais estão pegando fogo e uma Copa do Mundo se aproxima com legado discutível e obras ainda em andamento.
Hoje, diante desse cenário, qualquer tipo de reivindicação ou ameaça de greve ganhará não apenas os holofotes da mídia --inclusive a estrangeira--, mas principalmente a atenção redobrada e assustada dos governantes.
E é justamente nesse último ponto que agora apostam manifestantes e grevistas.
Qual político preocupado com a disputa eleitoral irá titubear antes de ceder a pressões e encerrar paralisações que mexem diretamente com o humor dos eleitores?
Dilma, por exemplo, diante dos atos de ontem, se reuniu rapidamente com líderes dos sem-teto de São Paulo.
Casos sensíveis estão espalhados pelo país, como greves e ameaças de paralisações de policiais (militares, civis e federais), de rodoviários em diferentes capitais e agora até de agentes responsáveis pelo combate à dengue no Estado de São Paulo.
A escolha do palco dos protestos segue a mesma lógica.
Não por outra razão, as marchas ocorrem na Esplanada dos Ministérios e na avenida Paulista. Sem-terra e sem-teto entram em ministérios e sedes de empreiteiras.
MAIS PROTESTOS
Nessa linha, o que aconteceu ontem em diferentes pontos do país, com ações parecidas mas sem ligação aparente entre elas, é algo que deve se repetir e aumentar até a bola rolar em Itaquera.
Na semana que vem, só para citar um exemplo, motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo prometem cruzar os braços.