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A Copa como ela é
Agências bancárias e loja de carro são depredadas em SP
Protesto contra a Copa reúne 1.500 manifestantes e termina com oito detidos e confronto com a PM
Ato prometia ser o maior antes do Mundial, mas teve adesão baixa em comparação com as manifestações de 2013
Um protesto contra a Copa do Mundo terminou em vandalismo de black blocs e confronto entre manifestantes e a polícia na noite desta quinta-feira (15) na rua da Consolação, em São Paulo.
Uma concessionária da Hyundai foi depredada. Vidros da loja foram quebrados, e dois veículos, danificados.
Agências bancárias do Santander e da Caixa também tiveram os vidros destruídos.
Até o fim da noite, oito pessoas --entre elas um menor e uma mulher-- haviam sido detidas, cinco das quais liberadas. Houve cinco feridos.
A PM estimou em 1.500 o total de manifestantes no ato chamado de Dia Internacional de Lutas Contra a Copa, que prometia ser um dos maiores antes do Mundial.
Porém, a adesão foi baixa se comparada aos protestos "contra tudo" de 18 de junho de 2013, quando o Datafolha contabilizou 65 mil pessoas no momento de maior concentração, no largo da Batata.
O protesto de ontem começou de forma pacífica na avenida Paulista. O grupo fechou a via e depois seguiu em passeata pela rua da Consolação.
Na caminhada no sentido centro, porém, teve início o confronto, após um grupo de PMs com escudos passar pela calçada, empurrando alguns manifestantes.
Um grupo se irritou e começou a xingar os policiais. A Folha testemunhou o momento em que ativistas jogaram pedras e lixeiras contra os soldados, que revidaram disparando bombas de gás.
Em seguida, ocorreram as depredações. Com o tumulto, a maior parte das pessoas se dispersou, mas um grupo pôs fogo em lixeiras e vasos ao longo da Consolação, criando barricadas em chamas.
Integrante do Comitê Popular da Copa, Juliana Machado disse que a PM impediu uma marcha prevista em direção ao estádio do Pacaembu.
"A gente seguia pacificamente para entrar na rua Maceió quando a tropa do braço [grupo de PMs desarmados] começou a nos cercar. Manifestantes ficaram com medo e a PM começou a atacar."
O ato se dispersou, mas uma parte conseguiu chegar ao estádio. "Uma de nossas pautas era a liberdade de manifestação e a PM impediu."
O defensor público Carlos Weis disse que acompanhava o ato depois que ele se dispersou quando a PM disparou bombas de gás na direção de ativistas na avenida Paulista. A Folha não localizou o comandante da operação após o confronto.
VAIAS NO RIO
Outro protesto contra a Copa foi realizado no Centro do Rio. O ato marcou uma divisão entre os black blocs -- que marcharam à frente de um grupo estimado em cerca de 1.500 pessoas pela PM-- e os militantes de partidos e de sindicatos, professores em greve e estudantes.
O grupo se reuniu em frente à estação Central do Brasil e marchou em direção à sede da Prefeitura do Rio.
Na chegada, os manifestantes ligados a partidos políticos foram vaiados ao se afastar do grupo de cerca de 200 mascarados. Manifestantes também protestaram em Brasília, em Belo Horizonte e em Fortaleza.