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A Copa como ela é

Sem-teto e professor fecham principais vias

Manifestações na capital reúnem ao menos 15 mil pessoas, mas não têm adesão popular como no ano passado

'Manifestação em sambódromo não traz visibilidade à causa', diz líder de grupo que luta por moradia

DE SÃO PAULO

O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) fechou os principais corredores de São Paulo na manhã de quinta (15) e prometeu novas manifestações para a próxima semana, às vésperas da Copa.

O grupo reuniu cerca de 4.000 pessoas em quatro locais diferentes para pedir mudanças na política de habitação do governo federal e a desapropriação de nove áreas ocupadas na capital paulista até o início do Mundial.

Somados a outros grupos, como professores e metalúrgicos, ao menos 15 mil pessoas foram às ruas de São Paulo para atacar os gastos públicos no torneio.

Os militantes, porém, não chegaram a conseguiu grande adesão popular, como em junho de 2013, e os atos ficaram circunscritos aos grupos que os organizaram.

A CET (Companhia de Engenharia de tráfego) registrou trânsito acima da média durante a manhã, quando foram fechadas as duas marginais, a rodovia Anhanguera e a Radial Leste, entre outras vias.

O coordenador do MTST, Guilheme Boulos, justificou a estratégia ao dizer que "manifestações em sambódromo" não trazem visibilidade à causa. "Para isso, elas têm que ocorrer nos locais de maior movimento", disse.

No Itaquerão, palco da abertura da Copa, em 12 de junho, eles queimaram pneus a uma distância segura do estádio --como combinado com a torcida Gaviões da Fiel.

Por volta das 9h, os manifestantes fecharam as marginais Tietê e Pinheiros.

BARRICADAS

Sem-teto das ocupações Estaiadinha e Nova Palestina fizeram uma barricada com pneus, pallets de madeira e até troncos de árvores, depois atearam fogo. A pista local ficou fechada por uma hora e meia, enquanto a expressa teve faixas bloqueadas em alguns momentos.

Integrantes da ocupação Nova Palestina, do MTST, na zona sul, fecharam a marginal Pinheiros no sentido Castello Branco por duas horas.

Eles revezaram entre as pistas local e expressa, onde chegaram até a jogar futebol.

Natália Szermeta, uma das líderes do grupo, atacou a Copa. "O MTST colocou em campo a seleção dos brasileiros oprimidos, dos que não se contentam com migalhas."

Em discurso alinhado com Boulos, a líder sem-teto também disse que a tendência é ampliar os protestos.

"A seleção dos opressores pode até entrar em cena, mas não vão dormir uma noite sem que a gente incomode o sono deles", disse.

No embalo, metalúrgicos fizeram mobilizações em todas as regiões da cidade.

PROFESSORES

No fim da tarde, 8.000 professores fecharam a avenida 23 de Maio.

Em greve desde 23 de abril, eles pedem incorporação imediata do abono de 15,38% anunciado pela prefeitura, entre outras reivindicações.

A administração Fernando Haddad (PT) diz que não há recursos para pagar agora, só a partir de 2015.

Até ex-funcionários de uma empresa terceirizada da prefeitura pegou carona nos atos anti-Copa. Um grupo com cerca de 300 pessoas bloqueou a avenida Paulista por cerca de três horas.

Eles cobravam o pagamento dos salários após o fechamento de telecentros na cidade e multas rescisórias.

Além disso, um grupo de sem-teto de Osasco bloqueou a rodovia Anhanguera no sentido capital por uma hora.

O próximo protesto está marcado para o dia 22. O MTST pretende mobilizar outros setores que tragam mais adesão às manifestações.


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