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Doleiro orientou ações de deputado, diz PF

Alberto Youssef convenceu o parlamentar Luiz Argôlo a ocupar vice-liderança de partido para se aproximar do governo

Relatório da polícia também indica que deputado usou dinheiro público para viajar e se encontrar com Youssef

MARIO CESAR CARVALHO FLÁVIO FERREIRA DE SÃO PAULO

O doleiro Alberto Youssef orientou o deputado federal Luiz Argôlo (SDD-BA) a ocupar o cargo de vice-líder do Solidariedade para ficar mais próximo do governo, aponta relatório da Polícia Federal que será enviado ao Supremo Tribunal Federal para eventual abertura de inquérito criminal contra o congressista.

Argôlo ocupa o posto indicado pelo doleiro, que foi preso em março pela PF na Operação Lava Jato sob a acusação de comandar esquema de lavagem de dinheiro que movimentou R$ 10 bilhões e tem ramificações em partidos como PT, PP, PMDB e SDD.

O relatório da PF sobre o deputado também aponta indícios de que Argôlo usou dinheiro público da Câmara dos Deputados para viajar e se reunir com Youssef.

Segundo a PF, o congressista e o doleiro trocaram 1.411 mensagens entre 14 de setembro de 2013 e 17 de março de 2014. O celular usado por Argôlo está registrado em nome da Câmara dos Deputados, de acordo com a PF.

Em conversa do dia 9 de outubro do ano passado, Argôlo indagou a Youssef: "Vc acha q devo pegar a vice lide ou a comissão de orçamento?? Ou nada??".

"Pega a vice liderança (...) tem que estar perto do governo", respondeu o doleiro.

A PF cruzou dados dos encontros agendados por eles com informações da Câmara. O levantamento mostrou indícios de que Argôlo usou verba parlamentar para pagar despesas com hospedagem e passagens aéreas para se encontrar com Youssef.

Os grampos também indicam que o doleiro entregava dinheiro a Argôlo no apartamento funcional da Câmara ocupado pelo congressista.

A PF relata ainda que as interceptações mostram a intermediação de Youssef no repasse de valores de empreiteiras para o deputado.

Segundo o relatório, os indícios apontam que Argôlo era "um cliente dos serviços prestados por Youssef, por vezes repassando dinheiro de origem aparentemente ilícita, intermediando contatos em empresas, recebendo pagamentos, inclusive tendo suas atividades operacionais financiadas pelo doleiro".

O deputado Fernando Francischini (SDD-PR), citado numa mensagem, diz que pediu a expulsão de Argôlo e que vai retirar o deputado do cargo de vice-líder.

Procurado na Câmara, Argôlo não foi encontrado.

O Conselho de Ética da Câmara abriu processo contra ele por quebra de decoro.


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