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Eduardo quem?

Pré-candidato do PSB foi pouco reconhecido em visita à favela de Paraisópolis, em São Paulo

"Eduardo Campos? E quem é esse?" A pergunta feita pela estudante Nara Silvestre, 17, foi repetida por outros moradores de Paraisópolis, que se depararam na sexta-feira (16) com um movimento atípico na favela. Ao lado de aliados e seguido por jornalistas e fotógrafos, o pré-candidato do PSB à sucessão presidencial circulou por quase duas horas entre ruas e becos.

Sem gravata e com mangas dobradas, cumpriu agenda típica de campanha eleitoral: tirou fotos com crianças, visitou escola e concedeu entrevista para rádio local.

No corpo a corpo, muitos não reconheceram o presidente nacional do PSB, que, ao cumprimentar moradores, não perdia a chance de se apresentar: "Eu sou Eduardo Campos, muito prazer".

Em um esforço de tornar-se conhecido no Sudeste, região onde tem apresentado o seu pior desempenho nas pesquisas eleitorais, o presidenciável escolheu Paraisópolis para o seu primeiro compromisso popular desde que se mudou para São Paulo, no mês passado.

A proposta inicial era de que tivesse a companhia de sua pré-candidata a vice, Marina Silva, durante a visita. Um encontro da juventude da Rede, em Brasília, não permitiu, no entanto, que a ex-senadora, mais conhecida em São Paulo que o dirigente do PSB, estivesse presente.

Nas últimas campanhas eleitorais, a favela de 70 mil habitantes tornou-se destino obrigatório de candidatos à sucessão presidencial. Em 2010, por exemplo, tanto Dilma Rousseff (PT) como José Serra (PSDB) visitaram a comunidade criada por migrantes nordestinos.

Um deles, que reconheceu o pré-candidato de cara, foi a dona de casa Severina Lúcia Torres da Silva, 48, nascida em Recife (PE). Há 30 anos em São Paulo, disse conhecê-lo "da televisão".

"Como estou aqui há bastante tempo, não peguei o governo dele em Pernambuco. Mas eu lembro do avô dele, o Miguel Arraes", disse.

'BANDEJA DE OVOS'

O dirigente do PSB foi recebido na favela pela Orquestra Filarmônica de Paraisópolis e assistiu à apresentação de um grupo de balé. Em entrevista à Rádio Nova Paraisópolis, não deixou de fazer ataques ao governo federal, mas fez questão de adotar discurso mais didático.

Para explicar os impactos da inflação, crítica que tem feito com recorrência, deu exemplos da diminuição do poder de compra da população nos últimos anos.

"Há pouco, uma senhora me disse que ela comprava uma bandeja de ovos por R$ 6. Agora, está comprando a R$ 11. Ou seja, as pessoas estão percebendo que estão levando o dinheiro para as compras e estão trazendo menos mercadorias", disse.

O presidenciável prometeu ainda, caso seja eleito, maior oferta de vagas em creches, uma das principais reivindicações da população local.

"Aqui, na comunidade, nós devemos ter 5.000 crianças fora de creches por falta de vaga. Ou seja, a criança está perdendo e as mães estão perdendo a oportunidade de voltarem a estudar e de ingressarem no mercado", criticou.

Ele também garantiu que, caso suba a rampa do Palácio do Planalto em janeiro de 2015, concederá uma nova entrevista exclusiva à rádio comunitária em sua primeira visita a São Paulo.

Em dezembro de 2010, uma das últimas entrevistas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à imprensa, quando ainda estava no cargo, foi à rádio comunitária.

'NÃO CONVENCEU'

Mesmo com um discurso adaptado ao eleitorado local, o pré-candidato do PSB não conseguiu agradar a todos em Paraisópolis.

Em passagem por uma escola privada na favela, respondeu a duas perguntas feitas por alunos sobre temas ambientais e de educação.

"Ele não olhou nos meus olhos, ele não me convenceu", reclamou a estudante Giovanna Duarte, 15.


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