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Copa do tapume

A menos de três semanas do Mundial, prefeituras e Estados apelam ao improviso para esconder atraso em obras

JOÃO PEDRO PITOMBO DE SALVADOR DANIEL CASSOL COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PORTO ALEGRE

A menos de três semanas da Copa, prefeituras e Estados estão apelando a uma boa dose de improviso para tentar amenizar o impacto de uma série de obras atrasadas.

Nas cidades-sede, viadutos, calçadas e até destroços de um posto de gasolina ficarão cercados por tapumes.

Além disso, há casos inusitados, como um caminho de pedestres para esconder uma calçada inacabada e o entulho de um estádio, que, em vez de retirado, foi prensado para servir de estacionamento.

A tática não é novidade. No ano passado, antes da Copa das Confederações, diferentes sedes receberam maquiagens de última hora.

Em Cuiabá, por exemplo, na avenida mais movimentada da cidade, os canteiros arborizados que foram desfeitos para a obra do VLT agora irão receber novas plantas, já que a obra não ficará pronta.

O curioso é que todas essas novas plantas, porém, terão de ser retiradas mais uma vez após a Copa, já que a promessa é a retomada das obras.

Em Porto Alegre, onde operários ainda trabalham em várias obras, o caso mais emblemático são as áreas de estacionamento ao redor do Beira-Rio. O entulho das obras do estádio não foi removido, mas "escondido" sob brita e uma camada asfáltica após impasse entre Internacional, empreiteira e prefeitura.

A administração atribui ao Inter a responsabilidade de retirar o material, mas o clube alegou não ter condições de fazer o serviço. Já a construtora disse que o item não estava no contrato.

Em Natal, um viaduto em frente ao estádio foi cercado por tapumes de cinco metros de altura, que receberão imagens de pontos turísticos. Segundo o secretário de Obras Públicas, Tomaz Neto, o isolamento é por segurança.

Em Brasília, quem passa pela principal avenida que dá acesso ao estádio Mané Garrincha vê tendas e uma estrutura praticamente pronta.

Mas basta dar a volta no estádio para encontrar um grande descampado, tomado por terra e poeira.

Num pequeno pedaço, a terra está sendo coberta por brita. Segundo o governo do Distrito Federal, a ideia é pôr no local uma massa asfáltica.

O improviso segue em Salvador. Lá, o governo da Bahia criou um caminho "lúdico" para pedestres entre a Fonte Nova e áreas turísticas, batizado de Fun Walk.

Esse trajeto enfeitado com bandeirolas verde-amarelas, na prática, nada mais é do que um desvio de calçadas em obras --isoladas com tapumes e que não serão finalizadas até o início da Copa.

Perto do estádio, a prefeitura cercou o entulho que restou da demolição de um posto de gasolina, e as encostas ganharam tapetes de grama.

O secretário municipal de Infraestrutura, Paulo Fontana, diz que as obras já estavam previstas, mas que foram antecipadas para a Copa.

Em Curitiba, no entorno da inacabada Arena da Baixada, chama a atenção uma passarela feita de andaimes que ligará o estádio ao complexo de transmissão televisiva.

"Foi a solução encontrada. Não cabiam, dentro do complexo, os equipamentos necessários para a transmissão", diz o secretário local da Copa, Reginaldo Cordeiro.


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