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Ex-mulher gerou megaoperação em MT

Denúncia de colunista social em Cuiabá originou investigação da Polícia Federal que atinge todos os Poderes

Karina Peres delatou ex-marido, à frente de 'banco clandestino' que beneficiou até o governador, diz PF

RODRIGO VARGAS COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM CUIABÁ THIAGO GUIMARÃES COORDENADOR-ADJUNTO DA AGÊNCIA FOLHA

Em agosto de 2006, a colunista social Karina Peres, hoje com 37 anos, procurou a Polícia Civil em Cuiabá, Mato Grosso, logo após um processo de separação conjugal.

Seu objetivo era denunciar o ex-marido, um empresário rico com quem havia se casado dois anos antes.

Seu depoimento de quase oito anos atrás está na origem da megaoperação da Polícia Federal que hoje investiga chefes e ex-chefes de todas as esferas de poder no Estado.

Karina é ex-mulher do empresário Gércio Mendonça Júnior, dono de empresas como Amazônia Petróleo (postos de combustíveis) e Globo Fomento (factoring).

Para a PF, elas seriam uma espécie de "banco clandestino", abastecido por empréstimos privados fraudulentos e dinheiro público desviado.

"Sou um arquivo vivo", disse Karina à Folha. Na terça-feira (20), a chamada Operação Ararath fez buscas até na casa do governador Silval Barbosa (PMDB), que chegou a ser detido por posse ilegal de arma.

Em fevereiro, Mendonça Jr., como é conhecido o ex-marido de Karina, resolveu prestar informações em regime de delação premiada. Disse, entre outras coisas, ter emprestado R$ 4 milhões à campanha de Barbosa em 2010.

A PF já havia reunido provas de enriquecimento ilícito e de crimes financeiros supostamente praticados pelo empresário.

O inquérito da PF foi aberto em 2010. Foi quando os agentes federais ouviram Karina. Ela apontou "relacionamentos suspeitos" do ex-marido com "políticos do alto escalão" e supostos "laranjas".

Karina disse que levava uma vida de luxo com Mendonça Jr. "Viajávamos muito, muitos carros, gastávamos R$ 100 mil por mês", afirma.

Só a conta pessoal e de quatro empresas dele, disse ela à PF, movimentaram mais de R$ 500 milhões em seis anos. Para Karina, ele agora faz uma delação premiada "pela metade". "Só para se safar", sustenta.

OUTRO LADO

Em nota divulgada por seus advogados, Mendonça Jr. confirmou que colabora com as investigações. Disse que, por condições do termo de colaboração e para "resguardar sua honra e de sua família", não irá se pronunciar por meio da imprensa.

A defesa de Silval Barbosa disse que só se manifestará após ter conhecimento integral das apurações.


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