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Agente da ditadura diz ter torturado mais de 500

Ao Ministério Público, Riscala Corbaje afirmou não ter peso na consciência

Coronel reformado da PM, 'Nagib' comandou sessões de pau de arara e de eletrochoque entre 1970 e 1972, no Rio

DO RIO

Em depoimento recente ao Ministério Público Federal, o coronel reformado da Polícia Militar Riscala Corbaje confessou ter torturado mais de 500 presos entre 1970 e 1972, período durante o qual chefiou a equipe de interrogatório do Destacamento de Operações de Informações do 1º Exército, na Tijuca (Rio).

Trechos do depoimento de Corbaje foram publicados ontem pelo jornal "O Globo". Corbaje, que usava o codinome "Nagib", disse que fazia os presos urrarem de dor no pau de arara, com o peso do corpo "em cima dos dois nervos que passam por debaixo da perna".

"Você pega um estudante, bota ele com o peso do corpo numa barra de ferro e deixa ele 15 minutos pendurado no pau de arara. Não precisa dar choque. O cara urra de dor."

O ex-agente, que segundo a reportagem está cego e doente, reclamou da pouca experiência do médico Amílcar Lobo, então um jovem tenente de 23 anos, e de sua incapacidade de avaliar as condições de saúde dos presos para que a tortura pudesse continuar.

Corbaje admitiu ter participado também de sessões de eletrochoque. Ao encerrar seu depoimento, disse não se arrepender: "Não tenho o menor peso na consciência".


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