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A Copa como ela é
Greve de ônibus afeta 1,5 mi em Salvador
Na cidade, uma das sedes da Copa, 100% da frota não circulou; no Rio, motoristas decidiram parar de novo nesta 4ª
Circulação de veículos do BRT, obra do Mundial que será inaugurada por Dilma no domingo, poderá ser prejudicada
Uma paralisação de motoristas e cobradores deixou 1,5 milhão de pessoas sem ônibus nesta terça (27) em Salvador, cidade-sede da Copa.
Com isso, lojas, clínicas, bares e restaurantes não abriram as portas.
Na volta para casa, vans clandestinas, mototáxis e 300 micro-ônibus da rede complementar tentaram suprir a demanda --100% da frota parou.
Prefeitura e empresários planejaram usar escolta da Polícia Militar na saída das garagens. Ao percorrer vias importantes da cidade no fim da tarde, porém, a Folha não encontrou ônibus algum.
A greve começou na segunda (26), quando motoristas e cobradores não acataram acordo entre sindicato e empresas, criando uma dissidência --a exemplo do que ocorreu no Rio e em São Paulo.
A proposta aprovada pelo sindicato foi de reajuste de 9% do salário e do tíquete-alimentação e redução da carga horária de 8 para 7 horas.
Hoje, um motorista ganha R$ 1.600, e um cobrador, R$ 948 mensais --eles pedem aumento de 12%, tíquete de R$ 17 e participação nos lucros.
Nesta terça (27), a direção do sindicato reconheceu que "errou" ao fazer o acordo e também aderiu à paralisação.
Em São Luís, todos os ônibus pararam no sexto dia de greve. Motoristas e cobradores querem reajuste de 16%, tíquete de R$ 500 e melhorias nas condições de trabalho.
RIO
Após a greve surpresa que parou o Rio no início do mês, os motoristas e os cobradores da cidade decidiram iniciar nova paralisação a partir da 0h desta quarta-feira (28).
O grupo dissidente do sindicato, que já havia comandado três dias de greve, prometeu deixar 30% dos ônibus circulando. Nas ocasiões anteriores, esse índice oscilou entre 10% e 20%, deixando a pé a imensa maioria dos 2 milhões de usuários de ônibus. Mais de 450 ônibus foram depredados pelos grevistas.
Na sexta (30), assembleia decidirá se a categoria irá parar por tempo indeterminado a partir da segunda (2).
Se confirmada, a greve prejudicará o funcionamento do BRT Transcarioca, via rápida de ônibus que liga o aeroporto do Galeão à Barra, principal obra de mobilidade no Rio para a Copa --que será inaugurada pela presidente Dilma Rousseff no domingo (1º).
Os dissidentes rejeitam acordo que resultou em reajuste de 10%. O salário-base foi para R$ 1.957, e a cesta básica, de R$ 100 para R$ 140.Eles pedem pisos de R$ 2.500 (motorista), R$ 1.400 (cobrador) e R$ 400 de cesta básica.