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A Copa como ela é

País gasta só 3% do previsto para atender turista na Copa

Apenas SP e Natal usaram recursos federais para infraestrutura de apoio

Capital paulista diz que 5 patinetes elétricos são 'legado' do Mundial; ministério afirma que ainda há 'tempo hábil'

MARIANA BARBOSA DE SÃO PAULO

A 15 dias da Copa, o Brasil investiu só 3% do planejado para melhorar as condições de atendimento ao turista.

Segundo o Portal da Transparência, o país se comprometeu a investir R$ 191,5 milhões em centros de apoio, obras de acessibilidade, sinalização, promoção do turismo e cursos de línguas e capacitação. Até ontem, contudo, apenas R$ 5,65 milhões haviam sido investidos.

Das 12 cidades-sede, só Natal e São Paulo contrataram recursos do governo federal.

São Paulo se comprometeu a investir em um centro de informações turísticas em Congonhas e a reformar o da rodoviária do Tietê: nenhum está pronto ainda.

Outro "legado" da Copa que, segundo a SP Turis, da prefeitura, ficará para a cidade é o que está sendo chamado de "centros móveis" de apoio ao turista.

São, na verdade, cinco Segways, espécie de patinete elétrico, com um funcionário bilíngue e uma bolsa cheia de mapas e guias, que ficarão circulando em pontos estratégicos da cidade, como o Itaquerão --estádio da abertura.

Além dos Segways (R$ 25 mil cada um), foram adquiridas três vans que terão a mesma função.

Em Natal, o projeto de revitalização da orla de Ponta Negra também não ficará pronto para a Copa. Segundo a prefeitura, a iluminação e boa parte da calçada estão prontas, mas o projeto completo só será entregue em agosto.

EXECUÇÃO RÁPIDA

O Ministério do Turismo diz que a maioria das intervenções com recursos da pasta (R$ 160,6 milhões) é de "rápida execução e, por isso, ainda existe tempo hábil para que elas fiquem prontas para a Copa do Mundo".

As promessas de qualificação e formação de mão de obra também ficaram bem abaixo das metas. Foram oferecidas 240 mil vagas para cursos rápidos de "formação inicial e continuada e em idiomas", mas só 75.020 se formaram. Desses, apenas 8.700 em língua estrangeira.

Os cursos dão direito a verba para alimentação e transporte e são oferecidos em diversas modalidades, incluindo pizzaiolo, sushiman e ajudante de pedreiro.

Outro programa, voltado para melhorar a qualificação de 306 mil profissionais do setor de turismo, a um custo de R$ 440 milhões, foi suspenso pelo TCU por irregularidades.

A consultora de gestão no setor turístico Carolina Haro, da Mapie Consultoria, teme que se repita o que houve na Copa da África do Sul, quando restaurantes tiveram de fechar com a casa cheia por falta de ingredientes.

"Há curso de sushiman, mas faltou capacitar donos de bares e restaurantes para gerir estoques e pessoal em períodos de alta demanda."

Para a professora de lazer e turismo da USP Mariana Aldrigui, o reduzido interesse pelos cursos se explica pela baixa expectativa de melhorias. "O que faz as pessoas buscarem qualificação é a expectativa de mudança de patamar de salário e posição. Na Copa, com ou sem inglês, todo mundo vai ter trabalho."


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