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Cláusulas 'não eram centrais' para compra de refinaria, diz ex-diretor
A senadores, Zelada negou ter participado de negociações em 2006
Em depoimento nesta quinta-feira (29) à CPI da Petrobras no Senado --composta apenas por governistas--, o ex-diretor internacional da estatal Jorge Zelada afirmou que as cláusulas "Marlim" e "Put Option" "não eram centrais para a definição" da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
As cláusulas foram responsáveis pelo prejuízo de US$ 530 milhões à Petrobras, que foi obrigada a adquirir a parte da empresa belga Astra Oil no negócio.
Indicado ao cargo pelo PMDB, Zelada assumiu a diretoria no lugar de Nestor Cerveró e assinou em 2008 o resumo de compra do restante da refinaria. Dois anos antes, em 2006, o Conselho de Administração da Petrobras, presidido à época por Dilma Rousseff, havia autorizado a compra de 50% de Pasadena, que pertencia à Astra Oil.
A presidente Dilma afirma que só deu aval ao negócio porque se baseou em relatório "incompleto", feito por Cerveró, que omitia a existência das cláusulas polêmicas.
No depoimento à CPI, Zelada disse que não participou das tratativas de compra da refinaria em 2006, mas que sabia do negócio. "É difícil falar, em hipótese, se a compra seria rejeitada [caso as cláusulas constassem do resumo]. A meu ver, elas [as cláusulas] não são centrais para você entender o que é negócio."
Questionado sobre ter sido indicado ao cargo pelo PMDB, Zelada afirmou que tinha "longa carreira e o currículo atendia" à posição. Ele entrou na Petrobras em 1980. "Eu acredito na meritocracia para exercer esse cargo."
Cinco senadores governistas acompanharam o depoimento do ex-diretor. A oposição boicota a CPI do Senado por considerá-la "chapa branca" e criou outra, com a participação de deputados e senadores, para investigar os negócios da Petrobras.