Folha de S.Paulo

O depoimento de Paulo Malhães

RUBENS PAIVA
"O Rubens Paiva, eu calculo, ninguém me disse, morreu por um erro, alguém cometeu um erro para ele morrer. Não era para ele morrer. Então esse alguém tinha que arranjar um jeito de dar sumiço no corpo. Contar esse negócio de sequestro, não sei o que, inventar uma história"

RIOCENTRO
"Foi um absurdo. [Foi uma ação] Sem treinamento, feita no grito, sem apoio (...). O cara foi montar a bomba e errou (...), ele bateu com a corrente que segurava o relógio, que é aquela metálica, nos contatos e a bomba explodiu... pronto, só isso.[O capitão Wilson Machado, sobrevivente do atentado] contou como é que a bomba explodiu"

GUERRILHEIROS
"A organização mais perigosa era do Lamarca. Era a única que eu vi com capacidade de combate, porque as outras todas não tinham. Os nossos guerrilheiros eram frouxos"

MÉDICI
"Acontecia problema, o [presidente] Médici mandava me chamar. Eu ia lá no palácio. Já almocei do lado dele. Ele perguntava: 'E aí?'. Eu dizia: 'O senhor quer que eu resolva? Eu resolvo'. 'Então está, Malhães, resolve. Você diz que a partir de agora você está trabalhando para o presidente da República'. 'Sim senhor!'"

ARAGUAIA
"No Araguaia foi onde nós transformamos a tropa fardada em tropa à paisana... Porque um soldado correndo no meio do mato você escuta a três quilômetros de distância. Sacode o cantil, sacode aquele bando de bagulho que ele leva, então não tinha como combater os guerrilheiros"