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A Copa como ela é

Documentos vazados por hackers têm dados de segurança da Copa

Papéis foram extraídos de sistema do Itamaraty, que não confirma a veracidade das informações

Rede de comunicação interna do Ministério das Relações Exteriores foi alvo de ataques virtuais neste mês

DANIELA LIMA PATRÍCIA CAMPOS MELLO DE SÃO PAULO SEVERINO MOTTA DE BRASÍLIA

Hackers que invadiram o sistema do Ministério das Relações Exteriores divulgaram nesta sexta-feira (30) mais de 300 documentos que dizem ter roubado do Itamaraty. As correspondências foram espalhadas em sites pelo grupo intitulado "Anonymous".

Boa parte dos papeis tem timbre e segue o padrão adotado nas comunicações internas do ministério --vários deles com classificação de "secreto" ou "sigiloso".

Outros, no entanto, não seguem modelo de correspondências da diplomacia.

Procurado pela reportagem, o ministério disse que não confirmaria a veracidade dos documentos.

Há registros de propostas de acordos comerciais internacionais --cujas negociações estão em andamento--, bastidores de reuniões entre autoridades de diferentes países e relatórios endereçados à Presidência da República.

Um dos telegramas divulgados pelos hackers com timbre de "sigiloso" relata discussões sobre a resolução da Assembleia Geral da ONU que condenava o referendo da Crimeia --região ucraniana hoje anexada pelos russos.

Entre os documentos que não seguem o padrão da diplomacia e cujo teor sugere terem sido extraídos de e-mails trocados com integrantes de outros órgãos do governo federal estão duas comunicações que mencionam a Copa do Mundo.

Um dos relatórios detalha a ordem de chegada de autoridades como ministros e secretários de Estado de cinco países e do secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki Moon, ao Brasil. O outro trata das estratégias de segurança que foram traçadas por órgãos brasileiros para o Mundial.

Este documento aborda a preparação de aeroportos e bases aéreas para o embarque e desembarque das seleções. Diz ainda que, durante reunião, foi exibido um "plano de ação contra protestos, no qual inclui saídas emergenciais e proteção de infraestruturas críticas".

A invasão do sistema do Itamaraty foi noticiada nesta terça-feira (27) pela Folha. Na ocasião, o ministério não revelou quantos e quais os tipos dos documentos que haviam sido acessados.

A reportagem mostrou que foram hackeados e-mails, intranet (rede interna dos funcionários) e alguns documentos do Intradocs, sistema interno que reúne as comunicações diplomáticas, anexados a e-mails violados.

Conhecido na internet como AnonManifest, o hacker que assumiu ter invadido a rede do Itamaraty disse à Folha que ainda tem acesso ao sistema e prometeu novos ataques durante a Copa.

"Daqui para a frente, é cyberterror' total contra o governo e grandes corporações envolvidas na Copa", disse, via mensagens fechadas no microblog Twitter. O Itamaraty negou que o hacker ainda ter acesso ao sistema.


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