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A Copa como ela é

O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.

Três manifestações fecham viaduto do Chá por oito horas

Protestos de comerciários, de professores e de moradores de rua reúnem 2.800 pessoas na Prefeitura de São Paulo

Comerciantes e taxistas reclamam de bloqueio das ruas; secretário diz que município 'fez sua parte' com educadores

DE SÃO PAULO

A Prefeitura de São Paulo foi alvo de três protestos nesta sexta-feira (30), em que 2.800 pessoas, segundo a PM, bloquearam o viaduto do Chá por oito horas.

A primeira manifestação aconteceu às 10h. Cerca de 400 comerciários protestaram contra a exclusão da categoria da lei que instituiu feriado em 12 de junho, dia da abertura da Copa.

Os comerciários não terão direitos a horas extras, vale-refeição para feriados e um dia de folga. Eles, porém, não se encontraram com representantes da prefeitura para negociar e querem fazer novo ato na semana que vem em frente à Câmara.

Às 14h45, foi a vez de os professores municipais fazerem uma assembleia no local. Em greve desde 23 de abril, exigem incorporação imediata de um abono de 15,38% anunciado pelo município.

O índice elevou o piso dos professores com 40 horas/aula semanais para R$ 3.000 --aumento real de 3,6% sobre 2010. Os sindicatos, porém, afirmam que esse benefício atinge apenas 16 mil professores de um total de 60 mil.

Além desse percentual dado a quem recebe o piso, Haddad também concedeu abono de 13,45% aos salários dos demais profissionais. Os docentes, porém, reivindicam a incorporação desses valores no salário, e não como bônus.

Estiveram 2.300 pessoas na assembleia, em que se decidiu manter a greve. O secretário Cesar Callegari (Educação) disse que a prefeitura fez sua parte para encerrar a paralisação. "Depositamos hoje R$ 620 milhões na conta de 80 mil funcionários da educação, temos o piso mais alto do país, de R$ 3.000. O que mais eles querem? Que outros interesses estão em jogo?"

O presidente do Sinpeem (Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo), Cláudio Fonseca, afirmou que as propostas de escalonar o reajuste até 2017 são obscuras.

"O governo não falou quanto será pago nos próximos anos. Estamos falando de 15,38%, que o prefeito quer empurrar por três anos, com inflação de 6%", disse.

Ainda não havia acabado o protesto dos professores quando cem moradores de rua e assistentes sociais começaram um ato contra as remoções e retirada de mendigos por causa da Copa.

Os manifestantes fizeram um "rachão" em frente à prefeitura e queimaram uma réplica da taça do Mundial.

COMÉRCIO

A sequência de protestos desta sexta provocou reclamações na região. "Todo o mundo pode reivindicar o seu direito, mas não tem direito de fechar a rua", disse o taxista João Torres, 59, que trabalha na rua Libero Badaró.

"Em dia de protesto as vendas caem pela metade", afirmou Renato Luiz Schneider, 60, gerente de uma loja de calçados masculinos.

Em uma loja de calçados femininos, porém, as manifestações aumentaram o movimento. "Principalmente os de professores, já que a maioria é mulher", diz Fabrício Rezende, 26, gerente do local.

Alexandre Fernandes, 40, jornaleiro no viaduto do Chá, diz preferir os atos dos professores. "Protesto de sem-teto é o pior, eles deixam bastante sujeira, não compram nada, não têm educação."


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