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PT suspende deputado e barra sua reeleição

Em reunião, Executiva solicitou a petista que se desfiliasse da legenda, mas ele se recusou a atender ao pedido

Segundo investigação da polícia, parlamentar participou de reunião com pelo menos 18 integrantes do PCC

GUSTAVO URIBE ROGÉRIO PAGNAN DE SÃO PAULO

Em uma tentativa de evitar que as recentes denúncias desgastem a candidatura da sigla ao governo paulista, a Executiva Estadual do PT suspendeu por 60 dias, nesta segunda (2), os direitos partidários do deputado estadual Luiz Moura e retirou do petista a possibilidade de disputar as eleições deste ano.

O partido também anunciou, em reunião do comando estadual, que instalará processo disciplinar para averiguar as denúncias contra o petista. Caso seja confirmada sua relação com criminosos, ele poderá ser expulso do PT.

"Com a decisão, ele fica sem sigla para ser candidato", disse o presidente estadual do PT, Emídio de Souza.

De acordo com investigação da Polícia Civil, o deputado participou em março de reunião, na sede de uma cooperativa de transportes da qual faz parte, na qual estiveram presentes membros da facção criminosa PCC.

Em pronunciamento, na semana passada, ele atacou a imprensa, disse ser inocente e negou envolvimento com a organização criminosa.

A suspensão retira o petista da lista de candidatos da sigla à Assembleia Legislativa, que será aprovada neste mês na Convenção Estadual e enviada à Justiça Eleitoral.

Moura estuda recorrer da decisão na Justiça Eleitoral e na Executiva Estadual. Ele não poderá concorrer por outra sigla, uma vez o prazo de filiação para a disputa eleitoral foi encerrado em outubro.

A Folha apurou que, durante a reunião, o comando do PT chegou a solicitar formalmente ao deputado que ele se desfiliasse da sigla, mas ele se recusou a atender o pedido e, em uma hora de discurso, reafirmou a inocência.

A preocupação do PT é de que as denúncias do envolvimento do petista com criminosos poderia desgastar a candidatura de Alexandre Padilha (PT), que tem criticado a gestão em Segurança Pública do governo de Geraldo Alckmin (PSDB).

Nesta terça-feira (3), o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa irá decidir se abrirá também processo de investigação contra o petista.

PCC

A investigação da Polícia Civil aponta que o número de integrantes do PCC que participaram da reunião em março com o deputado chega a pelo menos 18 pessoas, cinco a mais do que havia sido apurado inicialmente.

A maioria dos suspeitos tinha passagem pela polícia por roubo e tráfico de drogas. Um deles, conforme a Folha revelou, teve participação no furto do Banco Central, em 2005, em Fortaleza.

Além dos suspeitos de integrar o PCC, outras sete pessoas presentes na reunião tiveram passagem pela polícia. Uma delas é o assessor parlamentar do petista Ronaldo Rodrigues da Costa.

Ele foi flagrado em 2006 dirigindo um veículo com habilitação falsa e foi condenado a dois anos de reclusão em regime aberto, mas reverteu a decisão na segunda instância.

O Tribunal de Justiça avaliou que tratava-se de "falsificação grosseira", mas que o "princípio da ofensividade exige que a falsificação seja apta a iludir as pessoas". Costa disse à Folha que, na época, "caiu no conto do vigário".

Além dele, dois outros assessores parlamentares de Moura estavam na reunião.


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