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Após 42 demissões, greve do metrô de SP é suspensa

Grevistas farão nova assembleia amanhã para decidir futuro da paralisação

Justiça do Trabalho determina apreensão de bens de sindicatos da categoria para garantir pagamento de multas

DE SÃO PAULO

Encurralados pelo governo e pela Justiça, e vendo a greve perder força ao completar cinco dias, os funcionários do Metrô de São Paulo decidiram suspender a paralisação até esta quarta (11), véspera da abertura da Copa.

Nesta segunda (9), a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) endureceu a postura contra os grevistas e enviou telegramas de demissão por justa causa para 42 funcionários.

Segundo o governo, eles participaram de atos de vandalismo em estações, incitaram a população a pular catracas ou usaram o sistema de som de trens para veicular mensagens sobre a greve.

"Não há o que retroceder um milímetro", disse o secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes.

O sindicato dos metroviários diz que as demissões são injustificadas e foram usadas para intimidar a categoria.

A segunda-feira começou como nos outros dias da greve, com trânsito acima do normal e ônibus superlotados. Pela manhã também houve um protesto violento, com barricadas e intervenção da PM com bombas de gás em frente à estação Ana Rosa.

No fim do dia, porém, a paralisação dava sinais de esgotamento. O governo diz que metade dos funcionários voltou ao trabalho e, à noite, 50 das 65 estações estavam funcionando --nos outros dias, eram cerca de 30.

À tarde os grevistas cogitavam pôr fim à paralisação e exigiam, para isso, que as demissões fossem canceladas. O governo não aceitou, mas, ainda assim, eles recuaram.

A decisão ocorreu após uma assembleia tensa, na qual a maioria decidiu interromper a greve na expectativa de que as demissões sejam revistas.

Uma nova assembleia vai ocorrer na quarta --a categoria diz que pode entrar em greve novamente na quinta (12), dia da abertura da Copa.

Com o fim da paralisação, a CET retoma o rodízio de veículos nesta terça-feira.

No domingo, o Tribunal Regional do Trabalho determinou a volta ao trabalho e julgou a greve abusiva, impondo multa de R$ 500 mil por dia aos sindicatos dos metroviários e dos engenheiros em caso de descumprimento.

Somadas às multas diárias de R$ 100 mil aplicadas por causa dos dias anteriores de paralisação, o valor total chega a R$ 900 mil. Como os engenheiros voltaram ao trabalho nesta segunda, só o sindicato dos metroviários terá de pagar a punição de R$ 500 mil.

A Justiça ordenou a apreensão dos bens dos sindicatos para garantir o pagamento.

Ao saberem das demissões, os metroviários apelaram a centrais sindicais e ao Ministério do Trabalho para tentar reunião com a companhia.

Costurada por Luiz Antonio Medeiros, representante do ministério em São Paulo, o encontro teve dirigentes de todas as centrais do país e o secretário Fernandes.

A reivindicação do sindicato e das centrais para encerrar a greve passou a ser o cancelamento das demissões.

Segundo Medeiros, o presidente do Metrô, Luiz Antonio Pacheco, chegou a concordar, mas teve sinal vermelho do governo. O Metrô nega.

A ordem do governador, de acordo com auxiliares, foi de não retroceder. A avaliação é a de que uma concessão abriria precedente para greve de outras categorias na Copa.

Os metroviários receberam aumento de 8,7%, ante inflação de 5,8% desde o último reajuste, em maio de 2013. Eles queriam 10%. O piso da categoria, antes do reajuste, era de R$ 1.323,55.


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