Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
A Copa como ela é
Protesto tem bombas de gás e 13 detidos
Durante piquete na estação Ana Rosa, grevistas e ativistas do Passe Livre bloquearam rua; polícia dispersou ato
Grupo de funcionários que impedia abertura da estação foi levado para delegacia; eles acabaram liberados
Palco de confrontos anteriores entre policiais e grevistas, a estação Ana Rosa (linhas 1-azul e 2-verde) amanheceu nesta segunda (9) com um piquete que terminou com bombas de gás, balas de borracha, corre-corre e 13 funcionários do Metrô detidos.
Dentro da estação, grevistas impediam o início da operação do serviço e negociavam com policiais militares. Do lado de fora, na rua Vergueiro, faziam protesto com apoio de ativistas do MPL (Movimento Passe Livre) e de outros movimentos sociais.
Manifestantes fizeram uma barricada com sacos de lixo, aos quais atearam fogo, no sentido bairro da via, uma das principais ligações entre a região da av. Paulista e a zona sul da capital paulista.
Pouco antes das 7h, a Tropa de Choque marchou em direção ao ato e lançou bombas de gás e balas de borracha. Motoristas e pedestres que passavam pela via sentiram os efeitos do gás --tossiam e esfregavam os olhos.
"Já estou acostumado com o Brasil. Isso aqui não muda", disse o libanês Paulo Chafurd, 53, no país há 23 anos, preso no trânsito na confusão.
Em meio à correria, dois carros bateram após o da frente frear bruscamente ao ver um manifestante cruzar a rua.
"Vinha numa boa conversando com meu filho, o Monza se assustou e brecou. Não sei nem o que eu faço. A sensação é péssima, não por mim, mas pelo meu filho", disse a motorista do veículo de trás, Cecília Moraes, que levava o filho para a escola.
PRISÃO
Após a dispersão do protesto, cerca de 80 grevistas que negociavam com a polícia dentro da estação foram surpreendidos por um grupo da Tropa de Choque, que chegou em um dos trens.
Uma bomba de efeito moral foi disparada dentro do local. A maior parte dos grevistas conseguiu fugir por uma saída de emergência, e os 13 restantes acabaram detidos e levados ao 36º DP (Paraíso).
Eles foram liberados após assinar termo circunstanciado por paralisação de trabalho de interesse coletivo.
Grevistas e movimentos sociais, entre eles MPL e sem-teto, marcharam da praça da Sé até a Secretaria de Transportes Metropolitanos, na rua Boa Vista, no centro.
O presidente do sindicato dos metroviários, Altino Prazeres, desceu do carro de som para tentar negociar uma reunião com o secretário da pasta, Jurandir Fernandes. Foi informado, contudo, de que ele não estava no local.