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Suíça bloqueia conta atribuída a ex-diretor da Petrobras preso

Juiz manda Paulo Roberto Costa de volta à cadeia alegando que ele tem US$ 23 mi no exterior e poderia fugir

Em entrevista à Folha publicada em maio, o ex-executivo da estatal negou ter dinheiro no exterior

MARIO CESAR CARVALHO DE SÃO PAULO

O juiz responsável pela Operação Lava Jato decretou nesta quarta-feira (11) a prisão do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa sob a justificativa de que ele controla US$ 23 milhões (R$ 51,3 milhões) em contas secretas na Suíça e que poderia fugir.

Os valores atribuídos ao executivo, suas duas filhas e seus genros foram bloqueados pelas autoridades daquele país por causa da suspeita de que se trata de dinheiro de corrupção, de acordo com comunicado do Ministério Público suíço enviado para procuradores brasileiros.

O dinheiro está distribuído em 12 contas, abertas em cinco bancos em nome de empresas com sede em paraíso fiscal, segundo informações do Ministério Público suíço.

Em entrevista à Folha, realizada em 30 de maio, Paulo Roberto Costa negou que tivesse contas no exterior.

Os suíços bloquearam também US$ 5 milhões (R$ 11,2 milhões) de uma conta atribuída ao doleiro Alberto Youssef, mas que estava em nome de um "laranja" dele. O doleiro é acusado de comandar um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões.

O uso de empresas em paraísos fiscais é um mecanismo conhecido para evitar que as autoridades cheguem ao verdadeiro dono do dinheiro.

É a segunda prisão de Costa em 82 dias. Ele havia sido detido em 20 de março, sob acusação de ocultar provas, e liberado, após 59 dias, pelo ministro Teori Zavascki, do STF.

Ele foi preso em sua casa na Barra da Tijuca e levado à sede da Polícia Federal no Rio. Deve ser enviado a Curitiba (PR), onde foi desencadeada a Operação Lava Jato.

FUGA

O juiz federal Sergio Moro escreveu no decreto de prisão que a entrega de dois passaportes de Costa à PF (um brasileiro e outro português) "não previne a fuga" já que o réu tem "contas secretas milionárias" e o controle das fronteiras é "pouco rigoroso".

A prisão ocorreu um dia após o Supremo decidir que o juiz não violou normas nem investigou parlamentares, o que garantiu o retorno da apuração à Justiça do Paraná.

O pedido da nova prisão foi feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, quando o processo estava no Supremo, a partir das informações vindas da Suíça.

Com a volta da ação para o Paraná, procuradores reapresentaram o pedido de prisão.

Diretor de Abastecimento da Petrobras de 2004 a 2012, Costa foi um dos responsáveis pela obra da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Ele é réu em um processo sob acusação de ter ajudado a desviar recursos dessa obra. Anunciada em 2005 com a previsão de custo de US$ 2,5 bilhões, a refinaria deve ultrapassar US$ 18 bilhões.

Empreiteiras que foram contratadas para a obra da refinaria depositaram mais de R$ 100 milhões em empresas do doleiro, segundo papéis apreendidos pela PF. Para procuradores, são recursos desviados da obra que foram usados para pagar propina.

Em entrevista à Folha, Costa disse que a estimativa de US$ 2,5 bilhões foi "uma conta de padeiro", já que não havia projeto da obra. Ele nega que tenha havido desvios.


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