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Dilma diz que xingamentos na Copa não irão intimidá-la

Em ato no DF, ela evocou a tortura sofrida na ditadura para rebater ofensas

No Recife, presidente disse que perdoa os que a xingaram e que não deixará o 'veneno do ódio' entrar no coração

DE BRASÍLIA DO RECIFE

A presidente Dilma afirmou nesta sexta-feira (13) que não vai se "intimidar" com as vaias e xingamentos que ouviu na abertura da Copa do Mundo, no Itaquerão.

Para rebater o coro de ofensas, ela evocou lembranças do período em que foi torturada pelo regime militar.

"Na minha vida pessoal, enfrentei situações do mais alto grau de dificuldade. Situações que chegaram ao limite físico. Suportei não agressões verbais, mas agressões físicas", disse a uma plateia de operários e trabalhadores do sistema de trânsito do Distrito Federal, governado pelo petista Agnelo Queiroz.

"Não vou me deixar atemorizar por xingamentos que não podem ser escutados pelas crianças e pelas famílias", acrescentou Dilma, que falava em meio a gritos de apoio dos operários. A presidente falava sobre a Copa quando os ouvintes entoaram: "a taça do mundo é nossa, com a Dilma não há quem possa".

Sobre o evento da véspera, Dilma disse: "O povo brasileiro não age assim. O povo brasileiro não pensa assim e, sobretudo, o povo brasileiro não sente da forma como esses xingamentos expressam. O povo brasileiro é um povo civilizado e extremamente generoso e educado. Podem contar que isso não me enfraquece".

Durante o jogo de estreia da Copa, na quinta-feira (12), Dilma foi xingada e vaiada ao menos quatro vezes. "Ei, Dilma, vai tomar no c...", gritaram, em coro, os torcedores. A vaia começou na área VIP do estádio, mas se espalhou.

À noite, no Recife, Dilma disse que perdoa aqueles que a xingaram. "Quem perdoa ganha. Perdoar não é esquecer, perdoar não é discutir, perdoar não é aceitar que isso se repita ou compactuar com isso. Perdoar é não deixar que entre no seu coração o veneno do ódio", afirmou.

Lulistas também condenaram o tom da crítica, mas afirmam que a vaia foi a "materialização'' do problema que o PT enfrenta em São Paulo, que é a insatisfação das elites e de grande parte da classe média com o atual modelo político e com a legenda.

Ouvidos pela reportagem, integrantes da campanha dilmista têm claro que é preciso uma estratégia específica para o Estado, reduto tradicional do PSDB, onde a rejeição a Dilma registra altos índices.

Segundo o Datafolha, a popularidade da petista está em queda desde o início do ano e hoje, com 28% de avaliação péssima/ruim, se aproxima do ponto mais baixo que já alcançou, no auge das manifestações de junho de 2013.

A popularidade de Dilma é ainda menor entre pessoas de renda mais alta, como as que provavelmente formavam a maioria do público no estádio --os ingressos mais caros oferecidos para a abertura foram vendidos por R$ 990, sem contar as áreas VIPs. Entre os que têm renda familiar acima de dez salários mínimos, a rejeição chega a 48%.

Nesta sexta (13), os principais adversários de Dilma na disputa ao Planalto repetiram críticas à presidente. Para Eduardo Campos (PSB), ao receber as vaias, Dilma "colheu o que plantou". Aécio Neves (PSDB) disse o mesmo que Campos e acrescentou que a petista governa com "mau humor" e "arrogância".


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