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Em ano eleitoral, deputados elevam despesas com propaganda em 46%

Valor usado para 'divulgação do mandato' subiu mesmo com restrições previstas na legislação

Verba banca material distribuído nos redutos dos parlamentares; campeão de gastos nega relação com eleições

RANIER BRAGON DE BRASÍLIA

Apesar de a Câmara dos Deputados contar com ampla estrutura de divulgação de suas atividades, o gasto dos deputados federais com a chamada "divulgação do mandato parlamentar" cresceu 46% neste ano eleitoral.

O dinheiro usado pelos deputados nessa rubrica --R$ 17,7 milhões de janeiro a maio deste ano, ante R$ 12,1 milhões em igual período de 2013-- financia, em geral, produção de jornais e panfletos e a veiculação de notícias sobre os parlamentares em rádios, jornais, sites e TVs de seus redutos eleitorais.

O caráter de todo esse material é obviamente promocional, já que na maioria das vezes é produzido pelas assessorias dos gabinetes. Nem mesmo a proibição legal do uso dessa verba para os que são candidatos durante os seis meses que antecedem a eleição deteve o crescimento.

A rubrica da divulgação do mandato fica englobada no "cotão" dos deputados, que reserva de R$ 21 mil a R$ 44 mil mensais a eles, a depender do Estado de origem, para gastos com gasolina, alimentação, aluguel de escritório e passagens aéreas.

Até maio deste ano, os que mais utilizaram a verba de "divulgação do mandato" foram os deputados Lira Maia (DEM-PA), Weliton Prado (PT-MG), Paulo Cesar Quartiero (DEM-RR), Nilda Gondim (PMDB-PB) e Urzeni Rocha (PSD-RR), em valores que vão de R$ 123 mil a R$ 143 mil cada um. A Folha procurou os cinco gabinetes e só obteve resposta da assessoria de Lira Maia, que foi quem mais usou a verba em 2014.

Segundo o gabinete, o deputado não será candidato à reeleição: divide-se entre ser candidato a vice-governador ou deixar a vida pública.

A assessoria do deputado disse que ele usou os R$ 143 mil para imprimir 32 mil livretos sobre a nova Lei de Assistência Técnica e Extensão Rural e 80 mil informativos anuais com a "prestação de contas do mandato público".

O livreto sobre a nova lei possui fotos do deputado e sua biografia na contracapa.

"Devido às grandes distâncias da região, os serviços de informática, de telefonia e até de energia elétrica são deficientes, se fazendo necessário levar à população a divulgação do mandato público eletivo através de jornal impresso ou de outras publicações", disse a assessoria.

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), não vinha usando a verba até meados de 2013. Candidato ao governo do Rio Grande do Norte, ele gastou de agosto de 2013 até maio deste ano R$ 167,8 mil --sendo R$ 21,5 mil em 2014.

A maior parte do custo foi para dois pronunciamentos em cadeia de rádio e TV em outubro e dezembro de 2013. O restante é para manutenção de seu site. Sua assessoria diz que as duas iniciativas não têm relação com a eleição.


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