Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Poder

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.

PF gastou R$ 114,8 mi em diárias em 2013

Pagamento de benefício virou regra; dois agentes chegaram a receber R$ 201 mil cada um ao longo de três anos

Em nota, departamento culpa gastos com Copa das Confederações, visita do papa e atos preparatórios da Copa

MARCO ANTÔNIO MARTINS DO RIO

O pagamento de diárias a policiais por missões fora de suas unidades, que deveria ser exceção, virou rotina na Polícia Federal e na Força Nacional de Segurança Pública. Em 2013, somente a PF gastou R$ 114,8 milhões com diárias --54% a mais do que em 2011 (R$ 61,9 milhões).

Alguns agentes, delegados, policiais militares e bombeiros ficaram mais de 200 dias fora de suas delegacias ou Estados no último ano.

A prática, vigente inicialmente para policiais em missões especiais ou em viagens, se espalhou por todo o departamento e se banalizou. A concessão de diárias se tornou uma espécie de prêmio. Os valores são depositados, sem desconto de IR, nas contas de delegados e agentes.

Dados do Ministério da Justiça obtidos pela Folha mostram que, somando os anos de 2011 a 2013, dois agentes da PF receberam R$ 201 mil cada um em diárias. Atuando em delegacias no interior, eles cumpriram missões investigando o crime organizado.

Mas os pagamentos não se concentram só em quem investiga o crime organizado. O fenômeno é analisado por procuradores da República no Rio Grande do Sul e na Paraíba. Há policiais que recebem diárias mesmo atuando em serviços burocráticos. A prática criou as diárias cruzadas.

Um desses casos aconteceu em Minas. Um delegado de Juiz de Fora foi deslocado para Belo Horizonte de 15 de outubro de 2012 a 3 de maio de 2013. Nesse período, um delegado de Cachoeira de Itapemirim (ES) foi enviado a Juiz de Fora, de 29 de outubro de 2012 até 11 de maio de 2013, período em que assumiu inquéritos de delegados em missão fora do Estado.

Até 12 de junho existia uma portaria da PF que regulamentava as diárias: o policial deveria ficar no máximo 90 dias ininterruptos fora de sua unidade. Diretor-geral da PF, o delegado Leandro Daiello revogou essa portaria, liberando o pagamento de diárias sem controle de tempo. Essa é uma das preocupações do TCU (Tribunal de Contas da União), que pede que a PF "aperfeiçoe seus controles".

A Força Nacional segue pelo mesmo caminho. Criada em 2004 para ações nos Estados, pagou em 2013 R$ 90 milhões em diárias. Um sargento do Corpo de Bombeiros do Acre chegou a receber pouco mais de R$ 83 mil. Em nota, a PF informou que o aumento resultou dos gastos "por conta da presença da PF na Copa das Confederações, visita do papa e atos preparatórios para a Copa" e do aumento do trabalho demandado por "operações especiais". Questionada, a assessoria da Força Nacional não respondeu até o final desta edição.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página