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A Copa Como Ela É

Dengue deixa time português em alerta

Para ficar em Campinas (SP), que vive sua pior epidemia, equipe usa repelente e até pulseirinha contra mosquito

Até agora, cidade tem 36,3 mil casos; EUA, Irã, Honduras e Colômbia também estão em áreas de risco da doença

ARETHA YARAK DE SÃO PAULO LUCAS SAMPAIO DE CAMPINAS

Antes de pegar o voo para o Brasil, sede da Copa da Mundo, a seleção de Portugal colocou na mala dezenas de repelentes e de pulseirinhas contra o mosquito da dengue.

A preocupação tem fundamento. A equipe está hospedada em Campinas (a 93 km de SP), que vive a pior epidemia da sua história.

No último boletim da prefeitura, eram 36.350 infecções confirmadas, mais que o triplo da segunda pior epidemia da cidade, em 2007.

O número de confirmações de doentes com dengue na cidade é maior que o de notificações (casos suspeitos sem confirmação) em 22 Estados e no Distrito Federal.

A Direção-Geral de Saúde de Portugal (similar ao nosso Ministério da Saúde) até emitiu alerta aos cidadãos que viriam ao Brasil para os jogos.

Aconselhava o uso de repelentes, de roupas leves e claras e a opção por lugares com ar-condicionado.

O grupo de jornalistas que veio ao Brasil procura seguir essas recomendações. "Passo repelente todos os dias pela manhã, uso um específico para dengue", diz João Alegre, repórter do site Sapo.pt.

O ciclo da dengue no país ocorre sempre no verão, que termina em março. Neste ano, entretanto, devido ao atraso das chuvas, esse período deve acabar no final de junho.

Ou seja, até o fim da Copa, novos casos de dengue devem ser registrados em Campinas e no resto do país --porém, em número menor do que nos últimos meses.

A Prefeitura de Campinas afirma que o pior já passou e que as ações foram intensificadas "nos locais que receberiam as seleções, tanto para hospedagem quanto nas áreas utilizadas para treino".

Além de Portugal, a cidade abriga a equipe da Nigéria.

Em nota, o hotel onde a seleção portuguesa está hospedada afirma que a dedetização passou a ser realizada duas vezes por semana.

'PIOR JÁ PASSOU'

Para o biólogo Carlos Fernando Salgueirosa de Andrade, a probabilidade de um jogador de Portugal pegar dengue é pequena. "O pior já passou e está frio em Campinas."

Segundo ele, os cuidados adotados pela equipe contra o mosquito são necessários. No entanto, faz ressalvas ao uso da pulseira com repelente, que tem ação restrita.

"Ela serve para evitar picada no pulso, mas não na canela e no pescoço, por exemplo. A ação repelente dela está no local onde ela está."

OUTRAS CIDADES

São Paulo, onde estão as seleções dos EUA e do Irã, tem 11.392 casos --quase o dobro do último surto, em 2010.

Segundo a prefeitura, mais da metade das confirmações (56,3%) estão concentradas entre 23 de março e 19 de abril. A pasta afirma também que os trabalhos de combate ao mosquito continuam.

Em Porto Feliz (SP), onde está a seleção de Honduras, há só 70 casos da doença. O número, no entanto, é quase quatro vezes o registrado no ano passado, com 18 casos.

A prefeitura afirma que a cidade está em situação de alerta e que, por isso, os trabalhos de combate ao mosquito estão intensificados.

Em Cotia (SP) está a equipe da Colômbia. A cidade tem 677 casos --isso é cinco vezes o registrado em todo o ano passado (130 infecções).

A prefeitura afirma que o registro de novos casos está em queda e que o "Centro de Treinamento foi classificado como Imóvel Especial' e recebeu ações de controle, conforme preconiza o protocolo de atendimento a dengue".


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