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Promotoria suspeita que conselheiro comprou imóvel com conta secreta

Robson Marinho teria adquirido casa onde vive com transferência de banco suíço aos EUA

Empresa em paraíso fiscal atribuída a membro do TCE fez remessa de US$ 1,1 mi na data de escritura

FLÁVIO FERREIRA MARIO CESAR CARVALHO DE SÃO PAULO

Documentos bancários sugerem que o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo Robson Marinho usou dinheiro de conta secreta na Suíça para pagar a compra da casa em que mora, em São Paulo, segundo informações de autoridades suíças transmitidas ao Ministério da Justiça e ao Ministério Público paulista.

O principal indício obtido pelos suíços são dados bancários que apontam remessa de US$ 1,1 milhão de conta atribuída ao conselheiro do TCE para conta nos EUA no mesmo dia da assinatura da escritura de venda do imóvel.

Autoridades do Brasil e da Suíça suspeitam que o beneficiário da transferência seja o vendedor da casa.

As investigações suíças apontam que a transferência do dinheiro foi feita em 23 de setembro de 1998, a partir da conta da Higgins Finance Limited, empresa cujo controle é atribuído a Marinho e que está registrada no paraíso fiscal Ilhas Virgens Britânicas.

A destinatária do repasse é uma conta na Suíça do banco Coutts, que segundo as informações das autoridades do país pode ser vinculada a outra conta controlada nos Estados Unidos pelo administrador de empresas Ademar Lins de Albuquerque, que vendeu a casa para Marinho.

Como a Folha informou em abril, a operação da compra por Marinho da casa situada no bairro do Morumbi, em São Paulo, foi realizada fora do padrão do mercado e já havia levantado suspeitas do Ministério Público.

A escritura do imóvel aponta que ele foi pago por nota promissória com vencimento previsto para quase um ano após o recebimento da posse da casa por Marinho.

Na ocasião da compra, em 1998, a escritura registra ainda que ele pagou R$ 600 mil pela casa, sendo que o valor venal do imóvel à época era de R$ 1 milhão.

Marinho é alvo de inquérito no Superior Tribunal de Justiça, sob a suspeita de ter recebido propina da Alstom.

Na terça-feira (17), o Ministério Público apresentou ação à Justiça paulista na qual acusa Marinho de ter recebido suborno para ajudar a Alstom a fechar contratos sem licitação no total atualizado de R$ 281 milhões com estatais paulistas de energia.

OUTRO LADO

O advogado Celso Vilardi, defensor de Robson Marinho, afirma que as provas obtidas contra o conselheiro na Suíça são ilícitas e por isso não iria se manifestar sobre as suspeitas e acusações do Ministério Público estadual.

O Ministério Público admite que parte das investigações da Suíça foi considerada ilícita em razão do uso ilegal de um agente infiltrado, mas alega que a Justiça daquele país também decidiu que as provas relativas ao conselheiro do TCE não foram afetadas pelas irregularidades.

De acordo com Marinho, o Ministério Público "vaza informações mentirosas veiculadas pela imprensa".

O administrador de empresas Ademar Lins de Albuquerque negou que a casa vendida ao conselheiro tenha sido paga por transferência entre contas no exterior. "A operação foi realizada no Brasil", diz.


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