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Candidato à reeleição faz churrasco para 2 mil

Deputado discursa em palanque para convidados, mas nega campanha antecipada

JOSÉ MARQUES DE SÃO PAULO

Uma semana antes do início da campanha eleitoral, o deputado federal Roberto Santiago (PSD-SP) ofereceu uma festa de aniversário a cerca de 2.000 pessoas, em uma casa de eventos em Atibaia (a 67 km de São Paulo), com direito a palanque e equipe de coordenação uniformizada com os dizeres "Eu curto Roberto Santiago".

Ele nega que tivesse intenções eleitorais ao realizar o evento. No entanto, juristas especializados em direito eleitoral, consultados pela Folha, acreditam que, além de campanha antecipada, a festa pode caracterizar abuso de poder econômico, caso se entenda que o gasto tenha sido feito para obter votos.

A candidatura à reeleição de Santiago será oficializada nesta segunda (30), na convenção do PSD paulista.

A festa contou com três bufês de churrasco e apresentações musicais.

No intervalo, Santiago subiu ao palco e criticou os governos estadual e federal, defendeu projetos apresentados em seu mandato e disse ser importante que o Congresso tenha deputados "em compromisso com mudança".

O deputado já é alvo de um inquérito do STF (Supremo Tribunal Federal), de 2011, que apura crimes eleitorais.

A FESTA

Ao chegar à festa, convidados podiam entrar em uma fila para registrar presença e cadastrar dados. Estiveram no local representantes de sindicatos --"mais de cem", conforme a conta do anfitrião--, deputados e prefeitos. O presidente do PSD e ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, também fez aparição-relâmpago para tirar fotos e logo deixou o local.

A divulgação do aniversário não foi discreta. Nos arredores da rodovia Dom Pedro 1º, onde ela foi realizada, placas apontavam o caminho para o evento. O convite é similar a um "santinho".

Sindicalistas e coordenadores disseram que chegaram ao local em veículos fretados.

"A gente não recebeu nada para vir, mas esperamos conseguir algo em troca depois, né?", disse a representante de uma ONG de Cachoeirinha, bairro na zona norte de São Paulo.

OUTRO LADO

Santiago nega que houve campanha antecipada e diz que "foi uma festa de aniversário de verdade". "Eu faço essa festa todos os anos [e, por isso,] não tomei cuidado para não parecer campanha eleitoral. Não tenho o menor problema com isso. Não pedi voto e não distribuímos papéis com meu nome. Respeitei a legislação eleitoral", disse, ao descer do palco.

Segundo ele, é natural a participação dos sindicalistas na festa, já que ele é vice-presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores).

O deputado diz que a festa não foi paga por ele, mas por "um grupo de amigos".


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