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Com Serra na disputa pelo Senado, PTB decide retirar apoio a Alckmin

Partido não quis abrir mão de lançar sua candidata a senadora e apoiará governador informalmente

Kassab anunciou que manterá candidatura mesmo após entrada do padrinho político na corrida pelo cargo

DANIELA LIMA JOSÉ MARQUES DE SÃO PAULO

A decisão de lançar o ex-governador José Serra como candidato ao Senado tirou o PTB do arco de alianças do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que disputa a reeleição.

A deserção reduz em 38 segundos o tempo de propaganda na TV a que Alckmin terá direito --ele tinha cerca de 5min15s antes da saída do PTB.

O desembarque ocorreu porque o PTB insiste em lançar candidatura própria ao Senado, com Marlene Machado, mulher do presidente do partido no Estado, o deputado Campos Machado.

Caso a coligação em torno de Alckmin lançasse mais de um candidato a senador, o tempo de TV que caberia a Serra diminuiria de aproximadamente 3min30s para cerca de 1min15s, tempo que pertence ao PSDB isoladamente.

Isso decorre da legislação eleitoral, que desmonta a coligação para a disputa ao Senado e fraciona o tempo entre todas as legendas caso não haja unidade na candidatura.

Alckmin ainda tentou convencer Machado a desistir de lançar sua candidata, mas não conseguiu. "Há meses trabalhamos nisso. Temos mais de 60 mil mulheres envolvidas. Sou um homem de palavra", disse o deputado.

"Se a legislação não permite apoio oficial, Alckmin terá meu apoio oficioso integral. Sou leal a ele há mais de 20 anos", disse Machado.

Num evento nesta terça (1º), Alckmin dera os primeiros indícios de que não contava mais com o PTB.

"Se tem 15 partidos na coligação e um sai para [ter candidatura avulsa para] o Senado, não fica o tempo de 14 partidos, fica só o seu. Então havia preocupação de conseguir unir todos esses partidos e o Serra topou", disse.

O acordo para fazer de Serra o candidato dos tucanos ao Senado levou seis horas para ser costurado na última segunda-feira.

DESCONFORTO

Serra estava decidido a sair candidato a deputado federal, já que não tinha recebido de Alckmin garantias de que haveria uma união das siglas em torno de seu nome. Os principais nomes do PSDB chegaram a intervir a favor de Serra, entre eles o candidato à Presidência, Aécio Neves.

O governador, então, decidiu por encerrar o impasse e articular o apoio a Serra. Só o PTB recusou o acordo.

A definição da candidatura tucana ao Senado trouxe outro desconforto.

O ex-prefeito Gilberto Kassab, que havia anunciado sua candidatura ao Senado horas antes do acordo em torno de Serra começar a ser desenhado, disse que só iria concorrer porque o ex-governador já havia declarado que estava fora da disputa pelo cargo.

Serra é o padrinho político de Kassab. Quando, na madrugada, soube que o tucano havia mudado de ideia, Kassab demonstrou decepção, segundo aliados. À Folha, no entanto, negou desconforto. "Não tem mágoa com a candidatura dele. É um direito. Desejo sorte, como acho que ele deseja a mim", afirmou.

Serra, por sua vez, afirmou à reportagem que "algumas vezes, as circunstâncias políticas levam a caminhos diferentes". "Continuamos amigos", disse.


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