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A Copa como ela é

Manifestante que depredou loja é preso

Motorista de 46 anos foi flagrado em imagens usando extintor para quebrar vidro de concessionária de carros de luxo

Destruição ocorreu em protesto no último dia 19; segundo a Polícia Civil, suspeito admitiu que é 'black bloc'

REYNALDO TUROLLO JR. DE SÃO PAULO

A Polícia Civil prendeu nesta quarta-feira (2) um homem flagrado em vídeos e fotos depredando uma concessionária de carros de luxo na marginal Pinheiros, zona oeste de São Paulo, durante um ato do MPL (Movimento Passe Livre) em 19 de junho.

Segundo a polícia, ele é adepto da tática "black bloc", que defende a destruição de patrimônio em protestos.

Motorista de uma cooperativa de ônibus da zona leste, João Antônio Alves da Roza, 46, foi preso pelo Deic (departamento que investiga o crime organizado) na casa em que vive com os pais e o filho pequeno, no Jardim Paraguaçu, extremo leste da cidade.

Segundo a polícia, Roza tinha passagens por receptação de produtos roubados ou furtados e formação de quadrilha, em 1997, porte ilegal de arma e por divulgar na internet imagens de sexo envolvendo adolescente, em 2008.

Ainda segundo a polícia, Roza já ficou preso por sete meses devido a esses crimes. Até esta quarta, ele não tinha advogado constituído.

O delegado Wagner Giudice, diretor do Deic, disse que o suspeito foi identificado após publicar no Facebook fotos suas com o boné e os óculos usados no dia da depredação da loja da Mercedes-Benz.

Questionado sobre se alguém entre os manifestantes havia entregado Roza à polícia, o delegado respondeu que sempre há "quem fala demais", sem dar mais detalhes.

Roza foi indiciado sob suspeita de dano e associação criminosa, crime com pena de 4 a 8 anos de reclusão.

"Ele admite que é [black bloc']", afirmou Giudice. Segundo o delegado, o motorista disse ter conhecido a tática por meio de redes sociais.

Para o delegado, o perfil de Roza é "inusitado" e diferente do da maioria dos "black blocs": é mais velho, não tem curso superior nem histórico de participação política.

Mesmo assim, na casa dele a polícia apreendeu um colete com os dizeres: "Não tem arrego. Quero cadeia para governo vagabundo".

Na casa, o Deic apreendeu também roupas e bonés usados nos atos e um computador e uma câmera fotográfica que, segundo os policiais, foram furtados de uma casa em Mauá (Grande São Paulo) em abril --o que o suspeito nega.

Roza é a terceira pessoa presa em protestos sob suspeita de associação criminosa. Os outros são Rafael Lusvarghi, 29, e Fábio Hideki Harano, 27, presos em 23 de junho.

Em vídeo exibido pela polícia como prova, Roza aparece sem máscara, com um extintor nas mãos, quebrando o vidro da concessionária da Mercedes-Benz no dia 19.

Na ocasião, o grupo Caltabiano teve três lojas depredadas --prejuízo estimado de R$ 3 milhões. A Polícia Civil investiga outras quatro pessoas pelos danos.

Em outro vídeo, feito em um ato dos metroviários no dia 12, horas antes da abertura da Copa, Roza aparece discutindo com os sindicalistas.

A Folha tentou falar com familiares dele no bairro em que moram, sem sucesso.


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