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Secretário de SP intermediou doações eleitorais, diz e-mail

Mensagem indica que Tejofran deu R$ 50 mil ao PSDB a pedido de Marcos Penido

Assessor de Alckmin afirma que não pediu dinheiro a empresa acusada de participação no cartel dos trens

FLÁVIO FERREIRA MARIO CESAR CARVALHO DE SÃO PAULO

O secretário de Habitação do governador Geraldo Alckmin (PSDB), Marcos Rodrigues Penido, intermediou duas doações eleitorais da empresa Tejofran para o PSDB, indica e-mail encontrado por autoridades federais em buscas feitas em computadores da companhia.

A Tejofran é acusada de integrar o cartel de trens que fraudou licitações em São Paulo entre 1998 e 2008, em sucessivos governos tucanos.

As duas contribuições de R$ 25 mil para o PSDB citadas na mensagem foram feitas durante a campanha para prefeitos e vereadores de 2012, quando Penido era diretor-técnico da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano).

Penido foi promovido a secretário em abril deste ano, após ter sido secretário-adjunto de Silvio Torres (PSDB).

À época das doações, a CDHU mantinha contrato com um consórcio do qual a Tejofran fazia parte. Logo após as eleições de 2012, o consórcio conseguiu um aditivo de R$ 3 milhões com a estatal paulista.

Conforme a legislação eleitoral, diretores de empresas públicas são proibidos de arrecadar para o partido. A função cabe só aos tesoureiros.

O e-mail que menciona a doação foi escrito por Henriqueta Giolito Porto, gerente da Tejofran, em 2 de agosto de 2012 e enviado a seu irmão, o engenheiro Telmo Giolito Porto, diretor do grupo.

A mensagem cita um outro executivo que teve negócios com a CDHU, o engenheiro João Razaboni, que disse à Folha ser prestador de serviços para empresas do setor.

Na mensagem, Henriqueta diz que recebeu uma ligação de Razaboni passando informações de Penido --os dados bancários do PSDB para que o depósito fosse feito.

A gerente da Tejofran frisa que se trata de uma "contribuição oficial" e que Penido pediu um comprovante do depósito, que teria de ser feito "o mais breve possível".

Penido diz que nunca pediu doação. A Tejofran diz que fez as doações legalmente e ressalva que a mensagem não comprova contato com o ex-diretor da CDHU.

Na eleição de 2012, o ex-governador José Serra era o candidato tucano à Prefeitura de São Paulo e foi derrotado pelo petista Fernando Haddad.

Mesmo sendo comumente descrito como um funcionário de perfil técnico, Penido tem ligações com diversos setores do PSDB paulista.

Segundo tucanos, o servidor de carreira da CDHU tem bom trânsito na família do governador Mário Covas (1930-2001) e desfrutava da confiança do antecessor na secretaria, Torres, que o nomeou adjunto e diretor da CDHU.

Na companhia estatal, sua principal função era contornar os embates entre Torres e o deputado Paulo Maluf, chefe do PP no Estado, sigla que comandava o órgão. O atual secretário de Alckmin não é filiado ao PSDB.

O fundador do grupo Tejofran, Antonio Dias Felipe, era amigo do governador Mário Covas e foi padrinho de casamento de seu filho, Mário Covas Neto, o Zuzinha.

Ele emprestou um escritório a Covas e chegou a alugar uma casa para o governador paulista por valor simbólico.

A executiva da Tejofran que escreveu a mensagem sobre a doação, Henriqueta Porto, já ocupou cargos de confiança em empresas do governo paulista.

Ela foi chefe de gabinete do Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) de 2007 a 2009, no governo de José Serra, e ocupou a mesmo posição na CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), de 2003 a 2006, na gestão de Geraldo Alckmin.


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