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Eleições 2014

Aécio monta força-tarefa para rebater acusações

Tucano construiu aeroporto em terra de parente que foi desapropriada

Candidato adiou evento para acompanhar o caso e apresentou pareceres de ex-ministros do Supremo sobre a obra

DE SÃO PAULO DO RIO

O senador Aécio Neves, candidato do PSDB à Presidência, organizou uma força-tarefa para tentar minimizar o desgaste causado pela revelação de que, no final de seu segundo mandato como governador de Minas, construiu aeroporto num terreno de parentes que foi desapropriado pelo Estado no município de Cláudio (MG).

O próprio Aécio, que tinha agenda às 16h desta terça-feira (22) em São Paulo, adiou o evento para ficar mais tempo em Minas, acompanhando a operação pessoalmente. O caso foi revelado pela Folha no domingo (20).

Os tucanos decidiram atuar em duas frentes: politicamente, vão acusar a presidente Dilma Rousseff (PT) de usar a máquina do Estado para perseguir adversários.

Esse discurso é alimentado por uma ação na Justiça, em que acusaram a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) de iniciar uma investigação sobre a obra só para constranger Aécio.

Em outra frente, os assessores trabalham para municiar o noticiário na tentativa de provar que não houve irregularidade na obra.

Ao desembarcar em São Paulo, Aécio se recusou a responder perguntas da imprensa sobre o caso, mas seus assessores distribuíram uma série de papeis sobre o empreendimento.

O aeroporto feito na cidade de Cláudio custou R$ 13,9 milhões aos cofres do Estado. O aeródromo fica a seis quilômetros de distância de uma fazenda que a família do tucano tem no município.

Aécio desapropriou o terreno do tio-avô onde o empreendimento foi construído. O ex-proprietário e parente do tucano contesta na Justiça o valor oferecido pelo governo em troca das terras --R$ 1 milhão. A desapropriação é irreversível, mas só após o fim do impasse o Estado poderá registrar o imóvel nome.

Entre os documentos apresentados pela assessoria do tucano estão pareceres de dois ex-ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), Carlos Ayres Britto e Carlos Velloso, que dizem que a operação feita pelo governo do tucano para viabilizar a obra, incluindo a desapropriação da área, foi legal.

Além disso, o PSDB apresentou cópia de inquérito aberto pelo Ministério Público de Minas em 2009 para apurar a construção do aeroporto após uma denúncia anônima à ouvidoria.

Em relatório de quatro páginas, a promotora responsável pelo caso, Maria Elmira Evangelina do Amaral Dick, decidiu pelo arquivamento da investigação dizendo ter considerado satisfatórias as informações prestadas pelo governo de Minas Gerais sobre a necessidade da obra.

Nesta semana, logo após a Folha noticiar o caso, um promotor disse que iria investigá-lo. Aécio insinuou que a medida era redundante.

"O Ministério Público de Minas já investigou a construção do aeroporto de Cláudio. E concluiu que não houve nenhuma irregularidade", disse a assessoria de Aécio.

Em São Paulo, no evento desta terça, o presidenciável limitou-se a repetir argumentos apresentados desde que o caso veio a público.

"A campanha começou do jeito que nossos adversários gostam: com mentiras, com ataques à honra", afirmou.

DEFESA

O ex-governador de São Paulo e candidato a senador José Serra (PSDB-SP) disse não ver irregularidades na construção do aeroporto. "Não houve nada [de errado].

Você manda pavimentar um aeroporto no interior e de repente bate' na sua família, mas não significa que seja em proveito dela." Serra esteve no Rio nesta terça para a sessão de autógrafos do seu livro "Cinquenta Anos Esta Noite".


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