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Tristeza toma cidade em que Campos somou 99%

Granito, no sertão pernambucano, possui antigo elo com a família do ex-governador

ANDRÉ UZÊDA ENVIADO ESPECIAL A GRANITO (PE)

Granito é uma cidadezinha de 7.000 habitantes no sertão pernambucano. Em 2010, 99% de seus eleitores votaram para reeleger Eduardo Campos governador --dos 3.429 votos, sobraram 34 para a oposição, maior percentual obtido pelo candidato.

Pouco tempo por ali e entende-se por que há quase uma unanimidade. Granito guarda uma relação próxima com o clã político que Campos liderava. Miguel Arraes (1916-2005), avô materno de Campos, restabeleceu o então distrito como cidade em 1963, meses antes de ser sacado da cadeira de governador pela ditadura militar.

Quase meio século mais tarde, Campos fez jus à fama de exímio articulador e conciliador político e colocou no mesmo palanque as duas famílias que se engalfinhavam pelo poder na cidade, o que abriu caminho para o resultado esmagador nas urnas.

"Foram tão poucos votos na oposição que a gente até sabe quem foi", diz Maurílio Sampaio, ex-cabo eleitoral de Campos. Partidário da família local Modeba, rival do clã Quizila, diz ter hospedado o governador quando asfaltou 24 km de ruas no município.

Ao lado da escola Miguel Arraes, inaugurada por Campos e fechada em luto, a aposentada Sirene Pessoa, 64, se dizia seguidora fiel. "Votei a vida toda em Arraes", conta. "Quando soube que seu neto era candidato [em 2006], votei sem nem saber quem era."

Como a maior parte dos granitenses, a cozinheira Maria Helena Xenofonte, 34, ainda fala no presente ao citar Campos. "É o maior governador", afirma. "Um político que fala a verdade."

O ajudante de feira Orlando Brito, 16, fez o título de eleitor para estrear votando em Campos. Agora, deve apostar na presidente Dilma Rousseff (PT), que somou 94% dos votos no município no segundo turno de 2010.


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