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Tragédia na eleição

Avião da campanha do presidenciável fez 19 voos em 12 dias

Aeronave chegou a fazer três viagens no mesmo dia, a maioria cumprindo agendas de Eduardo Campos

Em agosto, jato parou duas vezes em menos de uma semana em Jundiaí, onde fica a oficina de manutenção

RICARDO GALLO DE SÃO PAULO

O Cessna Citation 560 XL que levava o presidenciável Eduardo Campos fez 19 voos em 12 dias, segundo os planos de voo apresentados pelo piloto da aeronave à Aeronáutica e à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

Os voos ocorreram de 2 a 13 de agosto, data em que o jato caiu depois de uma tentativa frustrada de pouso na Base Aérea de Santos, no Guarujá, no litoral paulista.

Na ocasião, morreram Campos, os dois pilotos e mais quatro pessoas.

A Folha teve acesso à relação dos últimos voos do Citation, que dão uma ideia da rotina puxada de Campos e também da aeronave nos dias anteriores ao acidente.

Em 7 de agosto, por exemplo, foram três viagens: o avião saiu de Brasília rumo ao aeroporto de Congonhas na madrugada --Campos se instalara em São Paulo durante a campanha.

Na tarde do mesmo dia, a aeronave prefixo PR-AFA partiu rumo a Salvador, onde Campos e sua então vice, Marina Silva, cumpriram agenda; à noite, o avião foi para Recife, terra natal de Campos.

Em 9 de agosto, quatro dias antes do acidente, também foram três viagens (Patos-PB, Araripina-PE e Campos Sales-CE, ainda de acordo com os planos de voo do avião.

Segundo pilotos com quem a Folha conversou, trata-se de um ritmo extenso para uma aeronave particular como a em que Campos viajava, mas compatível com agenda de um candidato à Presidência da República.

Desde que passe por manutenção periódica, um avião pode voar seguidas vezes.

MANUTENÇÃO

Não fica claro no plano de voo se o presidenciável estava a bordo em todos os voos. Mas a maioria coincide com a agenda de Campos nos dias antes da tragédia.

A exceção são duas paradas em Jundiaí, no interior paulista, onde fica a Japi Aeronaves, que fazia a manutenção do avião. Foram duas idas em menos de uma semana (4 e 10 de agosto).

Como parte do procedimento de investigação do acidente, a Aeronáutica irá colher informações sobre as manutenções do avião e se a parada se deveu a manutenção programada ou não programada (quando há uma pane).

ÚLTIMO VOO

Os planos de voo também são uma maneira de identificar quem pilotou o avião nos últimos dias e saber, por exemplo, se algum tripulante voou acima do que manda a lei --o que também faz parte da investigação conduzida pela Aeronáutica.

A norma brasileira estabelece que pilotos podem ter jornadas de no máximo 11 horas. Na aviação particular, não submetida ao mesmo rigor de fiscalização que a comercial, denúncias de jornada acima dos limites são comuns.

Comandante do Citation, Marcos Martins informou ainda à Aeronáutica e à Anac no aeroporto Santos Dumont, no Rio, o destino seguinte depois de visitar Santos. Ele previa decolar depois da Base Aérea de Santos em direção a Congonhas. Foi a última informação fornecida.


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