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Painel

BERNARDO MELLO FRANCO (interino) - folha.com/painel

Corrida contra o tempo

Os números do Ibope produziram o mesmo clima de tensão nas campanhas de Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB). Os petistas estão em alerta com a rápida conversão dos insatisfeitos com o governo em eleitores de Marina Silva (PSB), e já começaram a treinar aliados para antecipar o embate com a ex-senadora. Os tucanos têm 39 dias, a contar de hoje, para ultrapassar Marina e evitar um fiasco histórico: desde 1994, o PSDB nunca saiu da disputa no primeiro turno.

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Pulso frouxo O comitê de Dilma começou a ajustar a mira contra Marina. Dirigentes regionais foram orientados a dizer que a candidata não teria capacidade e experiência para conduzir o Brasil em uma crise econômica como a iniciada em 2008.

Vilã do PAC Outra tática será carimbar Marina como uma ex-ministra do Meio Ambiente inflexível, que atrasou projetos porque não conseguia dialogar com outros setores do governo.

Não volta, Lula Um velho conhecedor do ex-presidente afirma que a sensação de insatisfação com o PT parece tão forte que até ele teria dificuldades para bater Marina. "Imagina se o Lula volta e perde?", comenta.

Sandálias... Para a campanha de Marina, é preciso esperar para saber se a intenção de voto nela está consolidada ou se ainda se deve, em parte, à comoção com a tragédia que matou Eduardo Campos. O coordenador Walter Feldman pede cautela: "Os números só terão peso nas próximas pesquisas".

... da humildade Por enquanto, a ordem é manter os pés no chão com os números da pesquisa. Marina orientou os mais empolgados a "calçar os chinelos de algodão".

Efeito gravitacional O PSB espera que a consolidação de Marina à frente de Aécio contenha, ao menos por ora, a ameaça de debandada de aliados nos Estados.

Decoreba Pesquisas do PT mostraram que Dilma passou frieza no início do debate da Band, dando a impressão de estar repetindo informações decoradas. Ela transmitiu mais confiança nos blocos seguintes.

Olha pra cá A presidente errou de câmera logo na primeira pergunta. Os cinegrafistas tiveram que sacudir os braços para que ela olhasse para o lugar certo.

Parlatório Dilma repetiu a expressão "no que se refere" três vezes na primeira resposta, e teve de interromper a fala duas vezes porque o tempo acabou antes do raciocínio.

Marinês 2.0 As falas de Marina causaram impacto positivo nas pesquisas, mas alguns eleitores não conseguiram explicar o conteúdo de seu discurso.

Não vira o disco Dirigentes do PSB acreditam que a ex-senadora ainda tem espaço para crescer com o discurso de renovação política, mesmo que não aprofunde novas propostas.

Sem modéstia De Beto Albuquerque, vice de Marina, explicando por que ela dirigiu a primeira pergunta a Dilma: "Temos que mirar quem está na frente, não quem já deixamos para trás".

Deixa ela Do vice-presidente Michel Temer, sobre a vantagem de Marina na simulação de segundo turno do Ibope: "Pesquisa nessa fase, varia muito. Há pouco tempo, o Aécio aparecia empatado conosco. Veja onde ele está agora..."

Deixa comigo Temer diz que o candidato do PMDB ao governo paulista, Paulo Skaf, vai subir ao palanque de Dilma em Jales, no sábado. Amarrado? "Não vai precisar", brincou.

>> com BRUNO BOGHOSSIAN e PAULO GAMA

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tiroteio

"Marina e seus aliados adotam a retórica da hipocrisia para camuflar suas posições. Eles atrasaram as pesquisas em mais de 10 anos."

DA SENADORA KÁTIA ABREU (PMDB-TO), sobre frase de João Paulo Capobianco de que Marina Silva (PSB) não é "contra nem a favor dos transgênicos".

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contraponto

Nossos comerciais, por favor

Em 1989, os debates presidenciais eram mais quentes. Na Bandeirantes, Paulo Maluf (PDS) bateu boca com Leonel Brizola (PDT), que tentava interrompê-lo.

--Desequilibrado!-- gritou Maluf.

--Filhote da ditadura!-- respondeu Brizola.

Maluf, aliado dos militares, debochou do ex-exilado:

--Passou 15 anos no estrangeiro e não aprendeu nada...

A plateia vibrou. Brizola, irritado, passou a criticá-la.

--Malufistas! Todos engordaram na ditadura!

Com o auditório conflagrado, só restou à mediadora Marília Gabriela uma alternativa: chamar o intervalo.


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