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Janio de Freitas

As hipóteses estão abertas

Ainda que não tenha havido menção direta a Mantega, a sua situação tornou-se pior do que embaraçosa

Ainda que não tenha havido menção direta a Guido Mantega, com a referência de Dilma Rousseff apenas a "novas equipes" de governo se reeleita, a situação do ministro da Fazenda tornou-se pior do que embaraçosa. A sua autoridade formal continua a mesma, mas estão gravemente atingidas as suas condições políticas, funcionais, e talvez psicológicas, para o comando e para lidar com as forças da economia. Mantega está como ministro efetivo-interino.

Se as duas referências de Dilma Rousseff a uma nova formação governamental quiseram emitir sinais ao poder financeiro, cujas adesões a Marina Silva são indisfarçáveis, haveria maneiras de fazê-lo sem prejudicar o próprio governo. E, ainda, porque mudança de equipe, por si só, nada significa de positivo ou negativo para os que a desejam.

A quase queima do seu ministério por Dilma colaborou para o diagnóstico de Marina Silva de que seus adversários "estão em quase desespero". Caso estejam, estão também precipitados. Com duas evidências disso.

Marina ainda está levada pelos ventos. Não precisa falar, e pouco ou nada fala. Ninguém sabe o que de fato pensa e pretende: o que seriam as primeiras indicações, liberadas como seu programa, é um conjunto de retalhos colhidos aqui e ali, várias acusados de plágio e contradição, sem costura e, portanto, sem formar um todo nítido e coerente. Não se expor assim é uma conduta produtiva. Aproveita os ventos favoráveis sem se submeter a riscos que ninguém está forçando. Mas se será suficiente até o fim, nada até agora sugeriu ou negou. Hipóteses em aberto, pois.

Quando, no início da semana, foi interpretado que Marina parara de subir, mantendo no novo Datafolha os mesmos 34% do anterior, seria preciso considerar o fato incomum de que, entre as duas pesquisas, o intervalo foi de apenas dois dias. A sondagem anterior deu-se nos dias 28 e 29 de agosto; a segunda, foi de 1 a 3 de setembro, feita com essa sobreposição por inexplicada encomenda da Rede Globo (como publicado pelo Datafolha). Sem fato relevante, o breve intervalo foi insuficiente para apresentar mudança, servindo sobretudo como um aval do Datafolha anterior, com Marina na mesma e o 1% favorável a Dilma, e contrário a Aécio, perdendo-se na margem de erro.

Tanto é perceptível, entre apoiadores de Aécio, a maior simpatia por Marina do que por Dilma, quanto se nota o aumento de ressalvas a Marina, quase sempre por falta de confiança. E os dois movimentos tendem a influir na definição de indecisos e na eventual transferência de votos.

Há estimativas, mas nem segurança mínima sobre o teto ou o potencial de crescimento de Marina. É possível que as novas pesquisas comecem a indicá-los. Assim como as últimas permitiam constatar que Marina não retirara voto de Dilma, o que é sugestivo. Com a queda de Aécio, que até em Minas o levou ao terceiro lugar, degradante para um ex-governador tão recente, não se está mais às cegas na disputa. Mas o resultado da eleição continua em aberto.


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