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Tiros são disparados durante invasão de área nobre de SP

Sem-teto que invadiram terreno na zona oeste dizem que disparos vieram de prédios ao lado do acampamento

A prefeitura é dona de parte do terreno, e o restante é particular; MTST diz que fará boletim de ocorrência

DE SÃO PAULO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O grupo de sem-teto que invadiu um terreno de 30 mil m², na noite de sexta (5) e na madrugada de sábado (6), próximo ao cemitério Gethsemani, na região da Vila Sônia, na zona oeste de São Paulo, diz ter sido recebido com tiros, disparados para o alto, vindos de prédios vizinhos.

Os invasores inicialmente disseram acreditar que os responsáveis pelos disparos eram vigias dos prédios de alto padrão que ficam no entorno da área. Depois, responsabilizaram moradores. José Afonso Silva, um dos coordenadores do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), afirmou que "os disparos pareciam vir do alto".

"A gente achou que eram fogos na rua, mas quando a gente viu, os homens estavam atirando", disse o coordenador nacional do movimento, Guilherme Boulos. Segundo ele, o grupo registrará boletim de ocorrência.

Nas imagens feitas pela reportagem da Folha na madrugada é possível ouvir o barulho dos disparos.

Os sem-teto também afirmaram que moradores vizinhos jogaram lixo pelas varandas e acionaram a Polícia Militar. A ação foi coordenada pelo MTST em conjunto com moradores de comunidades próximas ao terreno, como Paraisópolis e Jardim Colombo, que alegam não ter dinheiro para pagar aluguel.

Vagner de Sousa, 38, ajudante de pedreiro, gasta R$ 700 de aluguel por mês e quer a levar família --ele tem três filhos-- para a invasão. "Uma casinha 5 x 10 m já é melhor que onde eu moro."

Segundo a Secretaria Municipal de Habitação, parte da área pertence à prefeitura, e outra é particular, mas a pasta não soube informar quem é o proprietário.

De acordo com o MTST, cerca de 500 pessoas invadiram a área --para a Guarda Civil Metropolitana, foram 300.

Boulos, que é colunista da Folha, afirmou que o local está numa área de Zeis (Zona Especial de Interesse Social) prevista pelo Plano Diretor, na qual não ainda há projeto de construir moradias.

Ele diz acreditar que parte do terreno foi apropriado indevidamente por empreendimento privado para a construção de condomínio de alto padrão, não permitido pelo zoneamento. A prefeitura não confirmou.

O MTST afirmou esperar cerca de 2.000 pessoas até domingo (7). A prefeitura disse que impedirá a entrada de novos sem-teto e que pedirá a reintegração de posse. (AVENER PRADO E JÉSSICA STUQUE)


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