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Eleições 2014

Aliado de Marina prevê debandada tucana após eleição

Coordenador da campanha do PSB diz a integrantes da elite paulistana que PSDB 'talvez não sobreviva' se perder pleito

Em encontro, equipe exalta boa relação de candidata com FHC e tenta conter medo de conselhos populares

MARINA DIAS LÍGIA MESQUITA DE SÃO PAULO

"Marina tinha algumas ideias, mas a gente acredita que, com o passar dos anos, ela pode ter mudado."

Foi assim que Rosangela Lyra, 49, presidente da Associação de Lojistas dos Jardins, justificou o encontro que organizou nesta terça (9), em São Paulo, entre integrantes da elite paulistana e parte da equipe de Marina Silva (PSB).

Vestindo camiseta com a bandeira do Brasil bordada com miçangas, blazer verde bandeira, calça preta e scarpins verde limão --"tudo marca brasileira"--, a ex-diretora da Dior no Brasil e sogra do jogador Kaká pediu que todos cantassem o Hino Nacional antes do debate.

"Honrar a bandeira não é só na época da Copa, né Walter?", disse ela, em direção ao coordenador-geral da campanha de Marina, o ex-tucano Walter Feldman. No telão, a letra do hino acompanhava imagens de praias, de montanhas e do Cristo Redentor.

Diante de uma plateia de cerca de 70 pessoas, Feldman afirmou que caso Marina seja eleita, o PSDB, partido do tucano Aécio Neves, "talvez não sobreviva" ao modelo de governabilidade que a candidata vai inaugurar no país.

"Se Marina for eleita, muda tudo. Os partidos vão se reestruturar. O PSDB não sei se sobrevive. O PSDB, se perder as eleições, vai haver uma debandada", disse Feldman.

Ao lado de Bazileu Margarido, coordenador financeiro da campanha, e de Lucas Brandão, representante jovem da candidatura de Marina, Feldman tentava tranquilizar as pessoas que se diziam inquietas com o conceito de "democracia de alta intensidade", que aparece no programa de governo do PSB.

Segundo ele, os "conselhos populares" propostos pela presidente Dilma Rousseff (PT) não são os mesmos defendidos por Marina.

"Os conselhos populares não representam o que a gente pensa. Vamos dar vida aos conselhos municipais, estaduais e nacionais de educação e saúde, e não permitir que sejam aparelhados", disse.

As pessoas cochichavam em negativa. Feldman pediu novamente a palavra. "Vejo que vocês estão nervosos com isso. Temos que tomar cuidado para não remeter aos sovietes ou a organizações de esquerda. Estamos falando do que já existe", afirmou.

A explicação não convenceu. Bazileu tentou mais uma vez: "Não existe no nosso programa a expressão conselhos populares', denominamos de conselhos de participação da sociedade'. É uma questão semântica". Também não agradou e provocou risos.

A advogada Adriana Hellering, 27, avaliou: "O que me assusta em ter uma participação popular ativa é que a maioria às vezes é burra. Também acho que há forma de manipular, já que o próprio governante é quem vai escolher os representantes".

Em mais uma deferência ao perfil dos ouvintes, predominantemente simpatizantes ao PSDB, Bazileu destacou a "boa relação" de Marina com o ex-presidente FHC e disse que a candidata "defende mais o tripé macroeconômico" do que José Serra, nome dos tucanos ao Senado.

Entre as perguntas que a equipe precisou responder, o estatuto do PSB, de 1947, que limita a propriedade privada. "Isso é comunismo", assustou-se Rosangela. Feldman afirmou que o PSB apenas "abriga" Marina, que deve fundar a Rede em 2015, e que essa é uma "questão histórica do partido".


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