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'A eleição é um jogo de cartas marcadas'

Candidato do PCO ao governo de SP, Raimundo Sena diz que operários 'precisam reagir'

JOSÉ MARQUES DE SÃO PAULO

Sem pretensão de vencer a eleição ao governo paulista, o operário Raimundo Sena lançou sua candidatura ao Palácio dos Bandeirantes pelo PCO para, segundo ele, apresentar o programa do partido. Sena diz que a eleição é "uma farsa", e a disputa, "esforço perdido". Para ele, reformas profundas só seriam feitas pela "mudança no sistema" --e, se necessário, por meio da luta armada.

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Folha - Se o sr. não acredita em eleição, por que votar no PCO?
Raimundo Sena - A eleição é uma farsa, um jogo de cartas marcadas, ganha a eleição quem a burguesia quer. A gente participa da eleição como uma tribuna, um meio de divulgar o programa do partido e chamar a população para se organizar para a luta em defesa dos interesses da classe trabalhadora. A gente não se ilude que vai se eleger.

O programa do partido é igual para SP e a Presidência. Se vencesse, o que faria?
A gente sabe que não vai chegar ao ponto de vencer uma eleição em São Paulo, não nessa atual estrutura política e econômica. O programa para governo estadual e federal é o mesmo justamente porque a gente não acredita em pequenas reformas. A gente acredita que a situação da população trabalhadora só vai se resolver em âmbito nacional.

O PCO não pretende eleger deputados?
Eleger um parlamentar na atual situação seria esforço perdido. Um parlamentar de esquerda ficaria totalmente isolado e usaria o espaço simplesmente para fazer denúncias. E o que a gente faz na campanha: um chamado para a população se organizar e ela mesma assumir.

O sr. é a favor do porte de armas e de substituir a PM por milícias. Por quê?
Concordo plenamente com a dissolução da PM, porque é um braço do Estado para reprimir a população. Ela é totalmente corrupta. A população trabalhadora --organizada através de conselhos, sindicatos e associação de bairros-- pode, ela mesma, se organizar e formar sua própria segurança. Seriam as milícias. E todo cidadão deve ter o direito, sim, de ter uma arma e um treinamento para se defender, se necessário.

O PCO acredita na luta armada?
A luta armada não é questão de acreditar ou não acreditar. Nós queremos mudar o sistema, acabar com os latifúndios. Queremos que as fábricas parem de explorar o trabalhador. Quem domina os meios de produção e o Estado não vai querer aceitar. Vai reagir e, para haver mudança, é preciso que a classe operária também reaja. A luta armada acaba sendo uma necessidade. Mas, se eles simplesmente recuarem ou não quiserem reagir com armas, melhor ainda, mais fácil.


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