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Eleições 2014 / Entrevista - Gilberto Kassab, 54

Senadores não souberam negociar em favor de SP

EX-PREFEITO, KASSAB DIZ QUE SEU PERFIL DE BOM ARTICULADOR SERÁ VANTAJOSO NA HORA DE BUSCAR BENEFÍCIOS PARA O ESTADO

ALEXANDRE ARAGÃO DE SÃO PAULO

Presidente do PSD, que criou em 2011, o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, 54, tem fama de bom articulador. Ele diz que o Estado pode se beneficiar do talento caso seja eleito senador.

"Dar um apoio aqui para receber um apoio lá, dentro da mais absoluta ética e transparência", disse. "Nessa questão, tenho bom perfil."

Terceiro colocado nas pesquisas --9%, segundo o último Datafolha--, Kassab irá registrar documento com os principais pontos que pretende defender no Senado para se diferenciar de seus principais adversários. Leia trechos da entrevista a seguir.

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Folha - Como a experiência do sr. em outras casas legislativas pode ajudar no Senado?
Gilberto Kassab - São Paulo perdeu muita força nos últimos 30 anos --perdemos recursos, qualidade de vida, investimentos. Nossos senadores não souberam ou não criaram negociações que pudessem reverter [o cenário].
Por que não votaram o fim da guerra fiscal? Aí vem a argumentação: vai beneficiar só São Paulo. Mas a votação da zona franca de Manaus não beneficiou só o Amazonas? É correto que seja assim.

É reflexo de os senadores se afastarem por outros cargos?
Posso dizer em relação a mim. Estou assumindo o compromisso: vou ficar oito anos no Senado, não vou me afastar. Vou fazer o que não foi feito nestes 30 anos.

Como o sr. vai se diferenciar, estando atrás nas pesquisas?
O eleitor quer propostas concretas. Vou registrar um plano de ação em que me comprometo a defender pontos específicos: reduzir a maioridade penal, ampliar a isenção de Santas Casas, cumprir a isonomia salarial entre os sexos, entre outros.

Desde 2011, quando surgiu o PSD, o sr. é tido como bom articulador. Como São Paulo pode se beneficiar desse perfil?
São coisas distintas. Meu papel como senador será brigar por São Paulo. A questão da articulação não diz respeito diretamente ao mandato.
Ser bom negociador significa ter credibilidade. Falam: "Vamos desenvolver um entendimento que seja bom para o seu Estado, mas quero reciprocidade". Então, dar um apoio aqui para receber um apoio lá, dentro da mais absoluta ética e transparência. Evidente que no Senado deve haver compensações entre pares. Nessa questão específica, tenho bom perfil.

Não é confuso dizer que o PSD não é "nem de esquerda, nem de centro, nem de direita" e se apresentar como renovação?
Meu partido é de centro. Essa afirmação foi maldade de um jornalista. Ele perguntou o que seria o partido, eu disse: "Não posso, hoje, afirmar que é nem de centro, nem de direita, nem de esquerda, porque o partido está sendo formado". Não tínhamos nem programa. Se afirmasse antes de uma definição partidária, seria um coronel.

Quando José Serra decidiu ser candidato ao Senado...
Teve a convenção do PSDB no domingo, que definiu ele como candidato a deputado, e a nossa foi na segunda.

O sr. cogitou mudar de plano porque ele decidiu candidatar-se ao Senado?
Minha relação pessoal com ele é excelente, mas aí tinha a decisão de uma coligação, o lançamento, a opinião pública, as entrevistas. Tem coisas na vida que são irreversíveis.

Seria constrangedor desistir?
Constrangedor, não. Seria um desrespeito com a minha aliança e com a opinião pública, não teria por quê. Decisão tomada, fui lançado. Ele resolveu sair, é um direito.


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