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Henrique Alves promete usar influência para governar RN

Presidente da Câmara diz que apresentará 'fatura' a quem ajudou em Brasília

Coligação, que reúne 17 partidos, entre eles o PSB de Marina, esconde presidente Dilma de material de campanha

DANIEL CARVALHO ENVIADO ESPECIAL AO RIO GRANDE DO NORTE

Atual presidente da Câmara e deputado há 44 anos, Henrique Eduardo Alves (PMDB), toca sua campanha ao governo do Rio Grande do Norte com a ajuda de bancos e empreiteiras e de uma megacoligação de 17 partidos.

Para convencer os eleitores, vende o prestígio nacional que acumulou no Congresso e diz que, se eleito, apresentará a fatura a todos que já ajudou em Brasília.

Segundo repete a cada comício, não há ministro, presidente da República e até gente do Judiciário "que não tenha batido às portas" de seu gabinete e ele "não tenha aberto e oferecido as mãos".

"Eu que já fiz pelos municípios, que já ajudei os governos de Estado, que ajudei este Brasil. A partir de janeiro, se preparem todos eles do Executivo, do Legislativo, do Judiciário, presidente, ministro, deputados, senadores: quem vai bater à porta deles sou eu", esbraveja, rouco.

SEM DILMA

Mas a pluralidade do palanque de Alves o obriga a esconder seu apoio à presidente Dilma Rousseff.

Entre os 17 partidos de seu "chapão" estão o PSB de Marina Silva e o PSDB de Aécio Neves. Além disso, o PT está na chapa de oito partidos do candidato Robinson Faria (PSD), vice-governador do Rio Grande do Norte e principal adversário de Alves.

Por três dias a Folha acompanhou o candidato em eventos no interior do Estado. Em nenhum santinho, cartaz ou adesivo recebidos havia nome ou número da presidente. A assessoria de Alves, porém, diz que há material de campanha com o candidato ao lado da petista.

Alves tem feito uma grande maratona pelo interior. Nos últimos quatro dias, esteve em 13 municípios, rodando um total de 1.420 km.

É basicamente nesses atos que a campanha se faz perceber, já que não há tantos muros pintados e cavaletes espalhados como acontece em outros Estados nordestinos. São distribuídos santinhos, cartazes e adesivos.

Hoje o mais proeminente nome do clã Alves declarou R$ 40 milhões como estimativa de gasto para se eleger. O valor representa mais que o dobro do previsto pelo adversário Robinson Faria, a quem faz questão de apresentar na TV como o vice da atual e impopular governadora, Rosalba Ciarlini (DEM), que não declarou apoio a nenhum dos dois candidatos.

DOADORES

A cifra ambiciosa ficou só no plano das intenções. Até agora, a campanha arrecadou R$ 7,1 milhões, com doadores como os bancos Itaú (R$ 300 mil) e BTG Pactual (R$ 300 mil) e as construtoras OAS (R$ 150 mil) e Queiroz Galvão (R$ 1 milhão).

Essas duas últimas, junto com a Andrade Gutierrez, doaram um total de R$ 5,6 milhões ao PMDB local, presidido por Alves.

A arrecadação dele é bem mais vultosa que a de seu adversário, que, apesar de ter gastado até mais que o peemedebista (foram R$ 7,7 milhões de Faria ante R$ 7,1 milhões de Alves), acumulou apenas R$ 1,6 milhão, com doadores como Itaú (R$ 150 mil) e JBS (R$ 1 milhão).

Na TV, Robinson Faria gasta a maior parte de seu tempo com ataques a Alves.

"Digite no Google o nome do seu candidato seguido da palavra escândalos'. Você vai ver que Robinson não está envolvido em nenhum. E vai ver também a verdade sobre o candidato do acordão'", diz o apresentador, em alusão à chapa de Alves.

Um dos episódios mais explorados é o do suposto envolvimento de Henrique Alves em esquema de corrupção na Petrobras. O nome do peemedebista foi citado pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa em delação premiada à Polícia Federal.

Alves, que com a família controla os maiores meios de comunicação do Estado, vem se defendendo na campanha.


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