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Filhos de políticos têm suporte empresarial

Herdeiros de Garotinho e Cabral tentam vaga na Câmara com doação de grandes empresas

FABIO BRISOLLA DO RIO

"Votar em Pezão é votar no Cabral de novo. É votar em um governo que massacra os pobres e trabalhadores", discursa Clarissa Garotinho no meio do calçadão de Bangu, bairro da zona oeste carioca.

"Eleger Garotinho seria um retrocesso. Ele deixou o caos na segurança pública do Rio", afirma Marco Antônio Cabral durante caminhada em Campo Grande, bairro na mesma região da cidade.

Marco Antônio, 23, é filho de Sérgio Cabral (PMDB), ex-governador do Rio e inimigo declarado do pai de Clarissa, 32, o também ex-governador Anthony Garotinho (PR).

Os dois herdeiros de antigos aliados disputam pela primeira vez o cargo de deputado federal. São duas campanhas com proporções que remetem a uma disputa ao governo do Estado. São apontados em seus partidos como prováveis puxadores de voto.

Amparada pela influência política do pai, a campanha de Marco Antônio está em mais de 60 dos 92 municípios do Estado. Ela pode custar até R$ 6 milhões, segundo a previsão enviada ao TSE.

Ele já informou ter gasto R$ 1,5 milhão. Figuram entre os principais doadores: JBS (R$ 330 mil), a construtora Carvalho Hosken (R$ 250 mil) e Itaú Unibanco (R$ 100 mil). "Fico feliz de saber que as pessoas acreditam na minha campanha", diz, sobre o apoio de grandes empresas.

Clarissa estima ter propaganda em aproximadamente 50 municípios, concentrados na região metropolitana e próximo a Campos dos Goytacazes, onde ela nasceu e a mãe, Rosinha, é prefeita.

Ela informou ao TSE que sua campanha pode custar até R$ 3 milhões. Já declarou um gasto de R$ 662 mil.

Quase 70% desse total vem de quatro construtoras: OAS (R$ 200 mil), Carioca Engenharia (R$ 100 mil), Queiroz Galvão (R$ 100 mil) e Emec Obras e Serviços (R$ 50 mil).

"São doações intermediadas pelo meu partido. Eu mesma nunca tive contato com essas empresas", diz a candidata, que disputou e venceu sua primeira eleição em 2008 para a Câmara Municipal. Dois anos depois, chegou a deputada estadual.

Se o eleitor é jovem, Clarissa cumprimenta de forma descontraída batendo primeiro com a palma da mão e, depois, com a mão fechada. Os idosos, ela cerca com abraços seguido por beijos na testa.

Formada em jornalismo pela Faculdades Integradas Helio Alonso e aluna de administração pública da FGV, Clarissa atende a uma ligação do pai durante a entrevista à Folha. "Nos falamos todo dia."

Afirma que, apesar da proximidade e das agendas em comum na campanha, tenta organizar sua estratégia da maneira independente.

Ex-aluno do Santo Inácio (tradicional colégio particular do Rio) e estudante de direito da PUC-RJ, Marco Antônio tem semelhança física com o pai --de quem repete entonação de voz e gestos.

Após deixar o governo com má avaliação, o pai aparece pouco no material de campanha e só esteve em três agendas no interior. "Herdei do meu pai a capacidade de agregar pessoas em torno de um projeto", afirma.

Em comum entre Marco e Clarissa, o sonho de disputar um cargo executivo.


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