Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Subsecretário da Fazenda discute com analistas rivais
DO RIOO subsecretário de Política Econômica da Fazenda, Márcio Holland, reagiu irritado às críticas de dois colegas economistas, Marco Bonomo e Samuel Pessôa, ao governo Dilma durante um seminário no Rio nesta segunda (22).
Bonomo, do Insper, e Pessôa, pesquisador da FGV e colunista da Folha, participaram, respectivamente, das formulações dos programas de Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB), rivais de Dilma na disputa pela Presidência.
O subsecretário disse, no início do seminário, que a economia brasileira mostrou uma "resistência muito grande" e negou represamento de preços para conter a inflação.
Pessôa afirmou que a média de crescimento sob Dilma estava 2,5% abaixo da média da era Lula; no mundo, a desaceleração foi de 0,5%. "Somos uma das economias mais fechadas. Dizer que o mundo desacelera a economia brasileira não faz sentido."
Bonomo provocou Holland ("ouvindo o Márcio falar, parece que o país não é o nosso") e disse que Dilma deixará uma "herança maldita" na macroeconomia, com deterioração da transparência.
Nas considerações finais, o subsecretário atacou. Disse que Pessôa tinha de "atualizar a leitura sobre pós-crise" e Bonomo, de "dar uma olhada nos dados": "Toma cuidado quando inventar conceito".
Ambos rebateram. "O Márcio está em situação desfavorável. E, quando uma pessoa sugere que o oponente é ignorante, é sinal de que a gente está em maus lençóis", disse Pessôa. "Quando vi o programa da Dilma [que associou a independência do Banco Central ao sumiço' de comida do prato dos brasileiros], me perguntei, será que o Márcio não fica constrangido?", indagou Bonomo.